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 O coronavírus, as celebrações e o segundo maior mandamento
17 de março de 2020

O coronavírus, as celebrações e o segundo maior mandamento

Por Ricardo Alexandre, jornalista e produtor cultural

Eu entendo e respeito (embora não concorde com) o sentimento de boa parte dos meu irmãos cristãos a respeito das celebrações dominicais, como se desmarcar ou alterar os chamados “cultos” fossem feridas abertas no nosso acordo de fidelidade com Deus.

Acho que há muita base teológica e bíblica para negar isso, mas, a respeito de evitar as aglomerações (e os abraços e os “beijos santos” e os apertos de mão etc) durante essa fase endêmica do coronavírus, eu queria propor um verísculo bem mais simples de entender: Mateus 22.39, aquele em que Jesus afirma que, depois de “amar a Deus sobre todas as coisas”, o maior mandamento é “ame o seu próximo como a si mesmo”.

Tenho tido contato em primeira mão com as resoluções dos principais hospitais de São Paulo a respeito dos movimentos de precaução e combate ao espalhamento do coronavírus e, sim, é verdade que a letalidade e o potencial contagioso dele é menor do que de outras doenças. Também é verdade que a maior parte das pessoas infectadas serão curadas – como ocorreu com o primeiro brasileiro, já declarado fora de perigo. Não são essas as questões.

Uma questão é que se trata de um vírus novo, sobre o qual pouco se sabe. Como efeito, QUALQUER PESSOA INFECTADA estará ocupando vaga, material humano e estrutural de hospitais que ainda não sabem como proceder. Se você zombar do vírus e testar Deus porque “Deus protege os seus” e se infectar por pura arrogância, estará sobrecarregando o sistema de saúde e tirando vagas de idosos e crianças com outras doenças. É o que tem acontecido na Itália, com gente morrendo de gripe comum, pneumonia ou com uma perna quebrada.

Se “amar ao próximo como a nós mesmos” faz algum sentido pra você, deixe para se expor o mínimo necessário. Parabéns às comunidades que decidirem transmitir suas celebrações apenas em “lives” pela internet e meu respeito aos que orientaram seus idosos a ficar em casa. Com mais gente fazendo testes, a curva de contágio vai subir bastante nos próximos dias. Seria uma vergonha imaginar que parte dela veio de cristãos que resolveram testar seu próprio Deus (Dt 6.16) e zombar de um vírus que tem matado ao redor do mundo.

 

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