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Jundiaqui

 Reflexões em tempos difíceis
21 de março de 2020

Reflexões em tempos difíceis

Crônica de Wagner Ligabó, médico cardiologista

Olho pela janela a chuva cair manso. Silêncio absoluto.  Como não vejo o vírus, não vejo também a Deus. Os dois estão presentes. Um é ameaça; o outro esperança. Em qual apostar a sorte?

Remoendo notícias de mortes e mais mortes mundo afora concluo que a presença do dedo indicador do Criador em certos momentos se justifica e se manifesta em sua ira divina. Por que só docilidades se seus filhos não lhe respeitam?

Desarrumaram a entropia do planeta Terra e quem sabe este surto viral atual não seja um divinal “presta atenção”? É como a mãe que ao levar seu filho ao médico o assusta dizendo: se não ficar quietinho o doutor vai dar uma injeção! Por que temos que aprender da forma mais difícil?

Está mais que na hora de a humanidade, tanto em sua pluralidade como na individualidade de cada um, refletir melhor sobre o que é conviver em harmonia.

Ganância, poder, violência, desigualdades, enfrentamento, destruição, descaso, sofrimento, desrespeito, miséria, fome, falta de bom senso e educação e tantas outras palavras fora de propósito que atualmente agridem nossas vidas, não combinam com a bondade de sermos o único lugar do cosmos onde se pode viver. É desdenhar deste ímpar privilégio que Deus nos presenteou. É fazer pouco caso e não é necessário carregar a “Bíblia” com seus salmos para saber disso. É só ter um mínimo de lucidez!

E qual é ensinamento a ser seguido desde sempre? Amor ao próximo e a si mesmo. Só isso!

Amar é dedicação e entrega. O amor é um exercício de jardinagem: arranque a erva daninha, prepare o terreno, semeie, seja paciente, regue e cuide. Esteja preparado, porque existirão pragas, secas ou excesso de chuva, mas nem por isso abandone seu jardim.

Existem ótimos motivos para se conjugar o verbo ”amar”:

– A vida sem amor não tem expressão.

– A inteligência sem amor, te faz perverso.

– A justiça sem amor, te faz implacável.

– A diplomacia sem amor, te faz hipócrita.

– O êxito sem amor, te faz arrogante.

– A riqueza sem amor, te faz avaro.

– A docilidade sem amor, te faz servil.

– A pobreza sem amor, te faz ridículo.

– A autoridade sem amor, te faz escravo.

– A simplicidade sem amor, te deprecia.

– A oração sem amor, te faz introvertido.

– A lei sem amor, te escraviza.

– A política sem amor, te faz egoísta.

– A fé sem amor, te deixa fanático.

– A cruz sem amor, se converte em tortura.

Não amemos de palavra, nem de língua, mas de fato e de verdade. Ele, lá em cima ou a seu lado, entenderá seu pedido de perdão.

Foto: Edu Cerioni

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