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Jundiaqui

 Clube da Lambretta acelera por Jundiaí
25 de maio de 2018

Clube da Lambretta acelera por Jundiaí

Pessoal se reúne em sítio do Caxambu, de onde parte para provas de velocidade e de resistência de até quatro horas

Edu Cerioni

Eles não têm estatuto, ninguém paga mensalidade e sequer existe um presidente, mas o Clube da Lambretta de Jundiaí é uma realidade há mais de vinte anos. Os encontros são normalmente no Sítio Itália, no Caxambu, em animadas tardes de sábado. Sergião Pasqualini, o veterano da turma, diz que a amizade é o que vale. E vê com bons olhos a chegada cada vez mais de jovens ao grupo, normalmente amigos de um de seus três filhos, também aficionados na motoneta que foi produzida décadas atrás na Itália e depois aqui no Brasil também – chegou primeiro que qualquer carro.
Fotos de encontros de motociclistas, pôsteres antigos, propagandas, recortes de revistas e até um mapa com a rota marcada entre Jundiaí e Fama, em Minas Gerais, para onde foram em 2001 – distância de 450 km – ocupam as paredes do barracão em que os amigos se reúnem. Isso em meio a carros antigos, como um DKW, e algumas Lambretta, Vespa e outras motos das mais diferentes idades, algumas inteiras e outras desmontadas à espera de restauração. Claro que cabe uma churrasqueira e a antiga geladeira da Coca-Cola que agora só tem espaço para cervejas. E como rola conversa ali… Uma curiosidade: para eles, o cheiro do churrasco só não é tão bom quanto o do óleo dois tempo queimado pelas maquininhas que vão acelerando emoções e histórias.
Texugo Sereguin, dono de oficina de motos na Colônia – rua Dr. Antenor Soares Gandra, 755 -, é o preparador dos motores. Ele assegura que tem Lambretta mexida que dá 120 km/h em final de reta em kartódromo que costuma correr. Mas velocidade nem é o forte da turma, que prefere enaltecer a resistência desse modelo surgido na Itália do pós-guerra e que fez fãs no mundo todo. São vários troféus que eles colecionam em provas de até 4 horas de duração – a mesma Lambretta recebe diferentes pilotos.
O dono da Texugo Racing assegura que a mecânica é muito simples e por isso tão especial a seus olhos. Alguns grids, diz, têm até 20 motonetas alinhadas. “Correr quatro horas? A Lambretta dá risada, a gente é que sofre”, diverte-se.
O primeiro encontro que o Clube da Lambretta de Jundiaí participou foi em 1994. De lá para cá, Sergião diz ter perdido a conta de onde passaram. No final de semana prolongado deste 1º de maio de 2018, ele e o filho Serginho foram exibir suas preciosidades em Água de Lindóia. Seus outros filhos, Fernando e Eliseo, também estão sempre juntos nos passeios. Só a mãe deles, dona Maria Inês, não quer mais saber da brincadeira em duas rodas.

Os modelos vão desde 1956 e até os anos 80. Tem Standard, De Luxo com e sem sidecar, uma triciclo, a LI e a BR Tork, a última feita aqui e que não deu certo, por isso rara. Tem as minis também na coleção dos Pasqualini, que aceita ainda alguns exemplares de Vespa e motos como uma Honda 750 Four.
De todas, a que mais sucesso faz com o público é a Petrukio. A Lambretta foi sendo adaptada e carrega até um tonel de vinho no lugar do passageiro do sidecar. Tem gaiola, chifre, bandeira, enfim, é um verdadeiro “Frankstein”. “É o bizarro que ninguém resiste”, resume Rodrigo Agostinho, dono de uma Xispa impecável.
As Lambretta têm três ou quatro marchas, transmissão por corrente ou cardan, rodas aro 8 ou 10, uma cor ou a combinação de duas delas, estão restauradas ou não, algumas são totalmente originais até na pintura. “A gente vê por aí Lambretta de R$ 30 mil, não sei dizer qual vale mais aqui”, desconversa Vlade Paschoalini (é da família, embora com diferente grafia no sobrenome), emendando: “Não temos peças de museu, nosso negócio é a diversão que oferecem.”

Fotos: Edu Cerioni

Matéria integrante do jornal TUTTO È FESTA 2018, que você pode pegar um exemplar gratuito no comércio da Colônia ou no Maxi Shopping, no balcão de fidelidade – ou click aqui e vire as páginas virtualmente.

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