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Jundiaqui

 Jundiaiense na Irlanda diz que quarentena deveria ser obrigatória também aqui
20 de março de 2020

Jundiaiense na Irlanda diz que quarentena deveria ser obrigatória também aqui

Alexandre Rossi, o Ferrinho, só pode sair de casa para ir ao mercado em Dublin

Edu Cerioni

Alexandre Ricardo Tosetto Rossi, conhecido em Jundiaí como Ferrinho, advogado e o vereador mais jovem da história  da nossa Câmara, vive dias de quarentena obrigatória em Dublin, na Irlanda, onde mora. Chef de cozinha de um pub, foi dispensado do trabalho com o salário pago, para que fique em casa e ajude o país a tentar conter o avanço do coronavírus. Ele acredita que aqui também já se deveria estar em quarentena e diz temer muito pelos brasileiros, “especialmente meus irmãos e irmãs mais pobres e que vão sofrer com essa doença que é fatal”.

Nesta sexta-feira (20), enquanto fazia o jantar, Ferrinho contou ao JundiAqui que acaba de voltar a Dublin, onde mora há quatro anos. Chegou depois de escala em Amsterdam, porque se fosse pela Espanha teria dificuldades em entrar no país. “Estava no Brasil até quinta, dia 12, fui comemorar o aniversário  da minha mãe. Trabalhei domingo e no dia seguinte já foi declarada a quarentena, valendo para todos, sem exceção, é independente de quem tenha ou não o coronavírus. A situação é feia, mais do que muita gente aí no Brasil está acreditando”.

A orientação do governo de lá é a mesma daqui, só ir para hospital se tiver todos os sintomas, febre alta, tosse e falta de ar, esse é o protocolo. “E teste só em situação realmente crítica”, conta.

Ele diz que os mercados estão abertos e há imposição de um ‘distanciamento social’ mínimo de dois metros e só se admite uma pessoa por carrinho. “Teve falta no começo de alguns produtos, mas agora o abastecimento está normalizado, todos entenderam que não se pode fazer grandes estoques e deixar o outro sem algo necessário. “As pessoas ajudaram a minimizar essa questão”, comemora.

Ferrinho lembra que também lá existem “aqueles sem noção, que vão às ruas, mas felizmente são poucas”. E acrescenta: “Tem que ser taxativo, não pode sair de casa. Minha crítica aos governantes no Brasil, que ganham bem para isso, é que não é hora de fazer politicagem e sim impor cuidados à população, especialmente a de menor renda, e evitar essa propagação.  O primeiro ministro daqui tem falado a real e assim se ganha credibilidade.”

O jundiaiense de 51 anos elogia as ações rápidas na Irlanda: “Na segunda de manhã já recebi o pagamento referente a duas semanas da empresa, aqui o acerto é semanal. E o governo já abriu o cadastro para o benefício social para pagamento de mais um mês. O país tem 200 mil desempregados por conta  da Covid-19 e se fala em dois a três meses de enfrentamento”. Para ele, “cada país tem que tomar medidas excepcionais porque o cenário é de guerra e está pegando todo mundo”.

Ferrinho contou a história de uma amiga brasileira que voltou do nosso país para a França e o filho teve coronavírus e as autoridades de lá não quiseram oferecer cuidados hospitalares, orientando somente o isolamento em casa. “Isso é muito sério”.

Ele conta que nunca quis sair do Brasil, nunca estudou inglês. “Mas com 35 anos de idade no Brasil somos velhos para o trabalho, aqui não te perguntam a idade. Trabalho como chef em um pub que já tem 250 anos de história e que ganha como o melhor da cidade já por três anos seguidos. Faço comida caseira irlandesa”.

Na Irlanda são 35 mil brasileiros, a maioria estudando. “Muitos ficam aqui depois, porque não têm perspectiva aí. O Brasil só piora, difícil ver uma luz no fim do túnel.” E o recado: “Se cuidem, se isolem, lavem as mãos e tomem cuidado realmente”.

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