“Entre Traços, Ventos e Sonhos” resgata arte de Marcelo Camunhas
Vai ser na Pinacoteca, com abertura na noite de quinta-feira; mostra fica em cartaz até dia 28
Arquiteto de formação, o jundiaiense Marcelo Camunhas enveredou pelas artes plásticas e mesmo após sua morte ainda tem muito para mostrar. É por isso que ganha nova exposição a partir desta quinta-feira (4), na Pinacoteca Municipal.
“Entre Traços, Ventos e Sonhos” resgata arte de Camunhas, com suas figuras altas, esguias, coloridas, iluminadas, exageradas propositalmente, quase fantásticas e quase todas com um semblante, a princípio, sem emoções mas que, quando você olha melhor, essas emoções brotam de toda parte.
São em sua maioria figuras femininas e masculinas com corpos compridos e finos, cabeças em formas retangulares, olhos grandes e imensos cabelos, alguns abraçados com os cabelos de outra figura no mesmo quadro. O que chama atenção são os traços delicadíssimos, a ludicidade e os muitos detalhes. Nessas cabeleiras você encontra pássaros, flores, chapéus, casas, círculos, chaves, que podem abrir algo trancado, algo guardado só para os íntimos. O que está lá depende dos olhos de quem conseguir abrir essas chaves, o que vai, sem trocadilhos, na cabeça de cada observador.
Além desses, outros três símbolos estão em quase todas as suas obras: coração, âncora e crucifixo. “Eles significam amor, esperança e fé”, explicou certa vez a o artista. Não por acaso, esses símbolos são encontrados em tatuagens antigas, que ele costuma pesquisar.
Autodidata em artes plásticas, Camunhas desenhou e pintou por prazer desde que se conheceu por gente. Mãe professora, pai engenheiro agrônomo e avó artesã, Marcelo tinha como brinquedos preferidos papéis, tintas e lápis de cor. Pintou sua primeira tela aos 10 anos e não parou mais até a morte prematura em dezembro de 2018, aos 49 anos.
Em junho, foi lançado um livro póstumo ilustrado por Camunhas, chamado “Lunática”.
A exposição na Pinacoteca é organizada pela Gestão de Cultura com apoio de Paula Siqueira, ex-companheira e também arquiteta e artista como Marcelo, e Penha Camunhas Martins, mãe do homengeado.
Rua Barão de Jundiaí, 109, Centro. É gratuito.
Colaborou: Cláudia Bergamasco