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Jundiaqui

 poesia de sonho
29 de junho de 2020

poesia de sonho

Por José Renato Forner

o anão corre
desenfreado
passo a passo seguia
perseguia o homem alto

inacreditável:
o anão
alcançava o homem de pernas compridas
e seus pequenos pulmões não se cansavam
e suas pernas curtas como que com rodinhas nos pés
davam trabalho ao homem alto

corriam em ruas quase já atravessadas

até que o homem
já cansado homem
achou uma casinha
velha e bagunçada
de gente conhecida

(pessoas de um passado lá trás
quase insignificante passado)

e o homem abrigou-se na casa confusa
e viu
poucos pequenos cômodos
amontoados de gente antiga

tinha moças bonitas
tinha crianças
tinha a velha num canto e

tinha também
o filhote do cão

naquele sofá de espumas fora
de imitação de couro florido rasgado

o cãozinho negro
de dentes afiados
pequenininhos
sem força para o sangue
mordia roía não parava de comer
o dedo
os dedos
do homem

carícias de cócegas de alfinetes

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