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Jundiaqui

 Estatuto do Refogado do Sandi teve um único artigo até hoje
26 de fevereiro de 2021

Estatuto do Refogado do Sandi teve um único artigo até hoje

Erazê Martinho inventou essa história para diplomar Gisela como “Deretora”

Edu Cerioni

Gisela Andrade Vieira é quem toca o Refogado do Sandi desde a morte de seu criador, Erazê Martinho, em 2006. E ela recebeu das mãos desse que foi o grande folião de Jundiaí, a quem chamava de “presidente”, um diploma assinado por ele que a qualifica como “Deretora Dra. Gisela” e informa ser um documento “exclusivo nos termos de seu recém-inventado estatuto”.

O “recém-inventado estatuto” não tem nenhum outro artigo ou o que quer que seja, foi um agrado com seu jeito brincalhão de ser de Erazê para eternizar seu carinho por essa advogada de 60 anos e que desde 1996 faz parte do bloco.

Lembra que foi convidada por Erazê para o desfile de estreia, mas não conseguiu ir por conta do trabalho, o mesmo se repetindo no segundo ano. Mas a partir de 1996 entrou no embalo da turma que já conhecia do Bar Sandi. Logo de cara criou a Comissão de Frente para facilitar a vida das mães com filhos. No caso dela, era para levar mais tranquilamente os cinco sobrinhos então com idades entre 6 e 10 anos (Camila, Carolina, Maria Eugênia, Ana Luísa e Ignácio).

Com seu jeitão, Gisela superou em 2020 Erazê em desfiles à frente do Refogado, 14 para ela e 13 para ele, que foi vereador petista. O da despedida de Erazê não reuniu mil pessoas. Nos últimos anos, são milhares e milhares nas ruas, festa que não pôde se repetir agora em 2021 por conta da pandemia do novo coronavírus – mas que não passou em branco, porque contou com o “Baile Virtual de Carnaval”, promoção da Spritz Cereser em parceria com o JundiAqui.

O samba “Preconceito sem Efeito” de 2010 foi uma homenagem do Refogado a ele mesmo. Gisela, que é devota de Nossa Senhora Aparecida, rezando antes de ir para o desfile – todo ano vai até o Santuário de Aparecida agradecer -, tem seu nome lembrado no samba de 2014 e voltou a ser citada em 2019. No primeiro, a letra diz “São vinte anos, coração vai explodir/Com Pardal, Tutu, Gisela, Ana Regina e Ademir”. O de 2019, que fiz junto com Tom Nando, conta que “Tá tudo dominado/O Refogado é um babado/O Erazê deu pra Gisela o seu legado”.

Foi durante 2015 que Gisela preparou com a ajuda de outros refoguenses um dossiê que acompanhou o processo de registro do Bloco Carnavalesco Refogado do Sandi como Patrimônio Cultural Imaterial de Jundiaí, uma espécie de inventário desde suas origens e até a afirmação de destaque no cenário da nossa cultural popular.

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