
Teve um tempo em que o Carnaval ia parar nas vitrines de Foto Luiz e Gelli
Ao final do reinado de Momo, a correria era para se achar nas galerias da folia
Edu Cerioni
Hoje é fácil fazer uma foto ou vídeo de um encontro de Carnaval pela câmera do celular, mas nem sempre foi assim. Décadas atrás, o jundiaiense tinha que esperar alguns dias já dentro da Quaresma até poder conferir se seu sorriso foi capturado pelas lentes dos profissionais de Foto Luiz e Foto Gelli, entre outros.
Se achar nas fotografias exigia uma grande disposição física e mental, afinal eram exibidas milhares de pequenas imagens dos cinco dias e noites de Momo, misturando rua e quase uma dezena de clubes.
Parte ia parar nas vitrines como chamariz e outra em dezenas de álbuns, que se tornavam muito concorridos. Tinha quem ficava horas olhando os retratinhos – tipo Onde Está Wally?.
Pior era os que se viam em imagens comprometedoras, com a pessoa errada, no lugar, dia e horário em que deveria estar dormindo o sono dos justos. E não dava para apagar do álbum ou tirar da parede.
As pequenas amostras traziam dois números, de disposição no filme e também de qual rolo pertencia. Eles eram anotados para a encomenda de uma ampliação, que normalmente levava mais alguns dias para ficar pronta – no começo só em preto e branco e depois cópias coloridas.
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