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 OSCAR 2022 – O terror de uma idiocracia, a mesma que fazemos parte
9 de fevereiro de 2022

OSCAR 2022 – O terror de uma idiocracia, a mesma que fazemos parte

Por Sarah Bulhões

Sem ser muito partidária e indo além das questões políticas, ideológicas e referências claríssimas que vemos no filme, uma vez escutei uma frase que se encaixa muito bem para traduzir “Não Olhe para Cima”: o sentimento de identificação faz com que você goste muito de algo.

Nesse caso, em específico, não sou eu, Sarah, tratada como indivíduo único, mas sim, Sarah, indivíduo vivendo em uma sociedade, que faz essa premissa da identificação ser verdadeira.

“Don’t Look Up” beira o absurdo por ser tão real. E essa realidade é triste e violenta. Tão dura que a gente ri de nervoso. Acredito que cada pessoa teve uma reação ao assistir ao novo filme de Adam McKay e que não se pode desprezar nenhuma dessas sensações, mas aqui em casa, tiveram inúmeros momentos que eu soltei uma gargalhada inconsciente, talvez por ver numa ficção digna de Oscar, o absurdo que estamos vivendo dia após dia no nosso mundo. Um mundo que vive em plena pandemia e que, mesmo após números gigantescos de mortes, ainda tem que conviver com gente negacionista. Aqui, é a Covid-19, lá é o Cometa Dibiasky. No final? Todos morrem. E esse nem é o spoiler.

Não é a primeira vez que a idiocracia é retratada nas telonas, mas dessa vez atraiu bastante atenção. E me pergunto por quê? Será que agora, finalmente, reconhecemos a trágica governança, além da cobertura eufêmica, no estilo “The Morning Show”, que estamos vivendo?

Reflexões à parte. Ouvi muito sobre personagens caricatos demais, digo que achei tão, mas tão verosímil, que a caricatura passou longe. Uma sátira intensa, dura e bem polida. Até Ariana Grande foi um detalhe muito bem construído. Mas o elenco, tão seletivo, poderia ter sido um pouquinho melhor no quesito comédia. Senti falta de um Steve Carrell. Mas Jona Hill fez, mais uma vez, por merecer. Grandioso.

Um roteiro bem escrito, bem conduzido com o punch de McKay. Falando sobre montagem, ou edição (como chamam ultimamente), adoro as cenas gerais, da natureza, das paisagens, da rapidez e fugacidade dos feeds das redes sociais, memes, letterings e intervenções que ele joga na tela durante o longa. Tudo se conecta apocalipticamente.

Quem me conhece sabe o quão fã eu sou do DiCaprio, o quanto torci por uma estatueta para ele, que deveria ter ganho por “O Lobo de Wall Street”, uma atuação muito semelhante à que vemos em “Não Olhe para Cima”. O cara grita, surta e entrega um personagem memorável. O restante do elenco, só tem gente de alto calibre, mas eu adoro mesmo é ver a Cate Blanchett, sempre linda e ímpar.

O filme é um banquete. Tem cenas pós-crédito, Jonah Hill com aquele jeitinho que a gente odeia, mas se diverte e gostinho de Oscar. Só faltou a Margot Robbie na banheira.

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