LOADING...

Jundiaqui

 Crônica da Cozinha – Doce trajetória
6 de outubro de 2019

Crônica da Cozinha – Doce trajetória

Pelo chef Manuel Alves Filho

Na minha infância, não cheguei a ser apresentado a sobremesas como tiramisú, créme bûlée, entremet, petit gâteau, cheesecake ou tarte tartin. Os doces que frequentavam a mesa lá de casa, invariavelmente preparados por minha mãe, dona Glória, eram de outra ordem. Rolava muito pavê de chocolate, gelatina, compotas, sagu de vinho, pudim de leite, flan de laranja e o valoroso “pudim de padaria”, também conhecido como pudim de confeiteiro ou pudim de confeitaria, um dos preferidos do pequeno Manu.

Dia que tinha pudim de padaria de sobremesa era sempre uma ocasião especial. Momento de festa, ainda que o folguedo ocorresse somente nas papilas gustativas. O doce de dona Glória era cremosíssimo, mas com uma camada inferior texturizada, graças à presença do queijo ralado. Para completar, as fatias generosas ganhavam um banho de calda de caramelo igualmente dadivosa. Ah, que delícia!

O doce da foto foi cometido por mim, com base nas memórias sensoriais do meu tempo de “pureza”. Daquela época, preservo muitas vivências e referências que contribuíram para a minha formação e que me trouxeram até aqui. A inocência, por suposto, não é mais a mesma, mas persiste como uma pitada de sal que serve à intensificação dos doces sabores da maturidade.

Foto: Manu Alves Filho

Prev Post

ar

Next Post

200 mil contos de réis…

post-bars

Leave a Comment