Festival Ancestral agita Clube 28
Por Edu Cerioni – Com a presença da yalorisha Leila Cristina de Oliveira – Ogunbunmi Yeyemogun Ido Osun Land, que comemorou seus 55 anos em grande estilo, o Clube Beneficente Cultural e Recreativo Jundiaiense 28 de Setembro foi palco do 1º Festival Ancestral de Jundiaí neste sábado (2).
Uma festa que começou no final da tarde e foi se estendendo ao som da black music com DJ e direito a muita dança. Também marcou o pré-lançamento do Troféu King Alayemore Of-Ido-Osun-Land 2024.
O festival é uma parceria do Clube 28 com o Grupo Zama e a Afrikambo. A presidente Edna de Oliveira recebeu convidados do Quilombo Brotas, de Itatiba, que tem certificado como remanescente pela Fundação Cultural Palmares. Também vieram representantes de países africanos, entre eles o nigeriano Adeboyega Najeen Hammed.
Muito festejada foram Mariana Janeiro e Alissa Galdino. Mariana foi eleita dia 6 de outubro vereadora com 4.716 votos. É uma mulher negra fazendo história ao ocupar uma das 19 cadeiras do legislativo e levando de volta à casa o PT. Alissa venceu mês passado o concurso Miss Pérola Negra de Jundiaí.
Quem se juntou à yalorisha Leila no “parabéns a você” foi Patrícia Fidelis, carequinha por conta do tratamento de um câncer de mama e dona de um sorriso encantador.
Na festa com boa comida baseada na culinária africana também teve bolo e chope.
O clube tem esse nome por conta de uma data marcante para o povo brasileiro: foi em 28 de setembro de 1871 que se promulgou a Lei do Ventre Livre. Sua história que vem desde 1897, o que o torna o clube negro em atividade mais antigo do Brasil.
CONVITE – No próximo dia 22 de novembro, a partir das 19 horas, o clube que fica na rua Petronilha Antunes, 363, Praça da Bandeira, se abre para noite de autógrafos de “Antes do Pelé veio o Migué”. É o novo livro que escrevi e que traz ilustrações de Ricardo Colombera (capa aqui abaixo). Conta sobre o primeiro negro do futebol brasileiro e a revolução que ele provocou ao dar um colorido ao jogo que era exclusividade da elite branca e como isso influenciou nos rumos futuros que fizeram do Brasil o único pentacampeão mundial. Miguel do Carmo nasceu em Jundiaí antes da Lei Áurea e jogou na Ponte Preta de Campinas.
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