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Jundiaqui

 Nos tempos em que o Correio Elegante abria caminho para o namoro
4 de junho de 2021

Nos tempos em que o Correio Elegante abria caminho para o namoro

Elidio Aparecido e Vilma Teresinha começaram a escrever sua história de amor em uma quermesse 

Edu Cerioni

Em tempos de mensagem instantânea, com direito a vídeo ao vivo e em cores, resgatamos uma história de Dia dos Namorados que começou com um bilhetinho em papel chamado de correio elegante, sucesso décadas atrás em quermesses por todo o país.

Essa é a história de Elidio Aparecido de Oliveira e Vilma Teresinha Gênova Oliveira, tão juntos hoje, por conta do isolamento domiciliar em meio à pandemia do novo coronavírus, como nunca estiveram nessa parceria de longa data, que teve o “sim” no altar em 1978. E quer saber? Eles estão adorando esse tempo juntos, com recordações mil.

O primeiro bilhetinho que trocaram, isso em 1973, nos tempos de colegial, ainda está guardado na casa dos agora educadores aposentados. Foi plastificado por Vilma para que não se desmanchasse.

Foi ela quem mandou uma amiga entregar o correio elegante para “o simpático rapaz”, sem se identificar. “Fiquei de longe olhando, da porta do banheiro bem escondida para tentar ver a reação dele”… e Elídio quase colocou tudo a perder. É que na resposta ao bilhete ele quis saber se ela “era comprometida”. “Não gostei, achei que ele queria saber muito, foi muita ousadia sem me conhecer”, diz Vilma, que aos 67 anos dá risada dessa história de quando tinha 18 – é a mesma idade dele, que é de agosto e ela de outubro.

“Na quermesse éramos de grupos de jovens de paróquias diferentes. Eu trabalhava como garçonete de uniforme e lembro que recebia muitos correios elegantes, que ia colocando no bolso do avental. E mesmo achando ousadia, o interessante é que joguei todos os outros bilhetes fora e guardei o do Elidio, mesmo estando na bronca. Olha no que deu: mais de quarenta anos juntos, um filho, dois netos e muitas histórias boas”.

Ela lembra que os dois estudavam ciências em anos diferentes, ele um ano à frente, e que gostou de ver quando Elidio chegou à quermesse da sua paróquia junto com um padre. De família católica fervorosa, Vilma viu ali um ótimo argumento para ganhar aprovação familiar para seu paquera, já vislumbrando um futuro namoro e a apresentação a seu pai.

A paquera rolou e o namoro também, marcado por troca de cartas, quando Elidio foi fazer faculdade em outra cidade. Claro que tem carta guardada também. Vilma ficou em Araçatuba e ele foi para Lins. O casamento saiu depois da formatura, em 1978. E foi daí que entrou Jundiaí na vida do casal.

Elidio passou em um concurso para professor e os dois vieram morar aqui, onde vivem até hoje. Ela deu aulas e depois trabalhou anos no serviço público, na Secretaria de Educação municipal. Ele seguiu na rede estadual e se aposentou como diretor – a última escola foi a Luiz Rivelli.

Vilma e Elidoi são pais de Fabiano Gênova de Oliveira, que é médico reumatologista no Hospital Paulo Sacramento, casado com a professora Gisele Rosa de Oliveira e pais dos gêmeos Otávio e Mariana, de 4 anos. Na linha de frente do enfrentamento ao novo coronavírus, foi Fabiano que decidiu que os pais deveriam ficar dentro de casa desde que começaram a subir o número de infectados e com isso as mortes pela Covid-19.

“Só saímos de casa para tomar a vacina e ainda não estamos liberados para passear, o Fabiano diz que é muito perigoso, ele sabe o que diz”, assegura ela.

Para matar a saudade, filho, nora e netos vão ao portão da casa deles uma ou duas vezes por semana. “É a coisa mais linda, eles já usando máscara e dão um toquinho de mão fechada com a gente”, conta o avô coruja, que recebeu o título de Cidadão Jundiaiense.

Netiflix, livros, internet e celular são as ferramentas que usam para se divertir e se comunicar com amigos e familiares. “São tantas que todas as mensagens acabam descartadas logo. Era diferente antigamente, você escrever uma mensagem e saber que décadas depois ela ainda está guardada ali para mostrar às novas gerações”, diz ele.

Elidio ainda acrescenta que Vilma esqueceu de contar como eram gostosas as “brincadeiras dançantes” em que iam e onde “dançávamos grudadinhos. Foi na saída de um desses bailinhos que a gente começou a namorar”. E aí vem história: ele não sabia o nome dela e começou a lhe chamar de “Bem”, como se tratam até hoje. E tem mais: “Ele foi me buscar na escola e falou que, se eu não fosse até ele, não saberia quem eu era, tinha esquecido minha fisionomia. Só aí perguntou meu nome”, relembra ela aos risos.

“Nossa história é um barato. Viemos sem conhecer ninguém, não tínhamos um parente aqui e hoje adoramos a cidade, onde nasceu nosso filho. Araçatuba é só para passear, porque nos sentimos pertencentes a Jundiaí”.

E neste sábado 12 de junho, os dois vão fazer um brinde em casa, com espumante Georges Aubert por conta do Dia dos Namorados. Espumante esse comprado pela internet e com entrega na residência deles.

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