
Eleições e o quociente eleitoral
Por Lucinha Andrade
Para iniciar nosso diálogo, quero parabenizar o prefeito eleito Luiz Fernando Machado, o vice-prefeito Gustavo Martinelli e os vereadores que irão ocupar as cadeiras da Câmara Municipal a partir de janeiro próximo. O voto assegura aos cidadãos o direito a escolha de seus representantes, a voz do povo no executivo e legislativo, na condução da nossa cidade!
Jundiaí escolheu majoritariamente reconduzir o atual prefeito e manter a maioria dos atuais vereadores, houve mudança de apenas quatro cadeiras.
Finalizado o pleito, iniciou-se outro na rede social: o descontentamento versus a celebração dos que conseguiram atingir o objetivo almejado: ser eleito ou eleger seus candidatos. Nelson Mandela afirma: “Nunca perco. Ou eu ganho ou eu aprendo”. Creio ser este o espírito que deve nortear os ânimos, após o ciclo encerrado!
Mas o que devemos aprender ou refletir após o 15 de novembro? Tomo a liberdade de compartilhar algumas questões que devem ser analisadas…
Um ponto inquietante do nosso sistema representativo é o quociente eleitoral. Não consigo aceitar como justo um sistema que exclui candidatos com votação expressiva: Henrique Parra do Cardume (PSOL), Dr. Ligabó (Cidadania), Mariana Janeiro (PT) e outros, bem como partidos que não conseguiram uma cadeira, a exemplo do Partido Novo.
Outro aspecto foi o alto número de abstenções, dos votos nulos ou em branco que interferem no resultado final. Será que o voto deveria ser uma opção? Devemos ir por vontade individual votar ou o Estado deve impor a obrigação? Neste ano, a eleição nos Estados Unidos foi marcante pelo número de pessoas que foram votar, sentiram a necessidade de participar da escolha de seus representantes. Acho formidável fomentar o voto consciente e discutível o voto obrigatório. Devemos discutir a obrigatoriedade do voto, bem como a possibilidade de voto distrital, pensar novos rumos…
O fundo eleitoral causa dor de estômago! Quando penso nas enormes dificuldades que o país vivencia e na imensurável soma derramada dos cofres públicos para as campanhas, não posso aceitar com resignação. Há excesso de partidos, excesso de candidatos e candidatas, e há excesso de verbas.
Nem tudo é sombrio, a democracia deve ser sempre festejada e respeitada. A presença de tantas mulheres candidatas é motivo de orgulho, embora apenas uma tenha atingido a meta, Quezia de Lucca (foto), novas lideranças despontaram. O projeto Cardume foi, sem dúvida, o grande destaque inovador, uma proposta que veio para fincar base, fomentar e implementar sonhos.
Finalizo minhas considerações, tímidas e despretensiosas, com uma ode à democracia: que possamos sempre construir com respeito, dignidade e justiça uma sociedade melhor e mais humana!
Lúcia Helena Andrade Gomes é advogada e professora