Martinelli vira e soma 125 mil votos para prefeito de Jundiaí
A dupla Gustavo Martinelli (União Brasil) e Ricardo Benassi (Novo) saiu vencedora das eleições em Jundiaí neste domingo, 27 de outubro de 2024.
Foi uma grande virada em cima de José Antonio Parimoschi e Albino. E isso mesmo com a votação “sub judice”, ou seja, ainda depende de liberação pela Justiça Eleitoral para que Martinelli seja confirmado prefeito e Ricardo vice entre 2025 e 2028.
Os mais votados somaram 125.712 votos. No primeiro turno, ficaram em segundo lugar com pouco mais de 93 mil. Já a dupla do PL encolheu muito: caiu de mais de 104 mil em 6 de outubro para 87.832 neste segundo turno.
Ficou 58,87% dos votos válidos contra 41,13% para o atual vice-prefeito e que não teve apoio de Luiz Fernando Machado, com quem foi eleito quatro anos atrás.
Somando quem votou 44 em Martinelli/Ricardo e 22 em Parimoschi/Albino dá 213 mil. Isso significa que cerca de 123 mil eleitores simplesmente abriram mão de decidir: nem foi à urna ou votou nulo ou em branco. Eram 336 mil os aptos a escolher o futuro de Jundiaí. Esses números foram os seguintes: 102.759 abstenções, 13.392 nulos e 6.711 brancos.
“A confiança de vocês é a minha maior força. Esse resultado não é só meu ou do Ricardo; é de todos que acreditaram que Jundiaí merece mais. Esse é o nosso momento de reconstruir, de olhar para frente. Agradeço a cada cidadão que caminhou ao nosso lado. Juntos, vamos transformar sonhos em realidade. Estamos aqui porque acreditamos em uma Jundiaí que acolhe, que respeita, que oferece oportunidades. Vamos honrar cada voto com trabalho incansável e proximidade, construindo uma cidade mais justa e humana”, disse Martinelli.
Martinelli tem 38 anos e é casado com a dentista Ellen Camila com quem tem dois filhos: Arthur e Manuela. Foi vereador por três mandatos seguidos, dois como o mais votado da cidade, entre 2009 e 2020. Também foi presidente da Câmara. Começou como líder estudantil da Vila Maringá. Ele concorreu a deputado em 2018, sem conseguir se eleger. Ricardo Benassi concorreu a prefeito em 2016 e ficou em terceiro.
A derrota de Parimoschi, gestor de Finanças licenciado, já parecia desenhada desde a manhã, porque nem o prefeito Luiz Fernando nem Albino ou o ex-prefeito Miguel Haddad foram junto com ele votar na Escola Geva. Desta vez, esteve com a família.
SUB JUDICE
O candidato Martinelli pôde continuar concorrendo ao cargo de prefeito, porém os votos que recebeu estão “anulados sub judice”. Isso significa que são anulados até decisão judicial definitiva e ficam inválidos até o fim do processo no Tribunal Regional Eleitoral (TRE).
Ele vem sendo julgado porque o Tribunal de Contas do Estado constatou um erro nos pagamentos realizados, que teriam ultrapassado o teto permitido para um servidor público, quando Martinelli era presidente da Câmara Municipal. Ele assegura que os valores indevidos foram devolvidos, a juíza Jane Rute Nalini Anderson acatou essa resposta em Jundiaí, mas o Ministério Público Estadual recorreu ao tribunal.
O julgamento começou e foi interrompido na última sexta-feira (25), sem data ainda para retomada. A expectativa é de que isso ocorra até 19 de dezembro, quando acontece a diplomação dos eleitos. Se ficar para o ano que vem, como existe a possibilidade, quem vai assumir a Prefeitura Municipal em 1º de janeiro de 2025 será quem ganhar a presidência da Câmara.
A vereadora Quézia de Lucca, como a mais votada entre 19 eleitos(as) é quem preside a mesa para a votação da presidência do legislativo pelo período de dois anos. Se vai obter maioria ainda não se sabe, contudo já avisou ser candidata. Muitos vereadores ficaram descontentes por ela não ter votado pelo aumento deles próprios em junho último e com validade a partir deste janeiro de 2025 (reajuste de 52%). Dizem que ela tinha combinado verbalmente uma coisa e fez outra.
Agora, se Martinelli não obtiver êxito em todas as instâncias judiciais – do TRE pode ir parar no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) -, a cidade de Jundiaí poderá ter eleições suplementares para prefeito e vice, como já aconteceu com as vizinhas Itupeva e Cajamar.
Esse mecanismo do “sub judice” existe pare proteger o candidato, permitindo que ele exerça seu direito político, e proteger o eleitor, para que ele exerça seu direito de escolha até que a situação da candidatura esteja definida.
JUSTIFICATIVA
Todo brasileiro que tem entre 18 e 70 anos de idade é obrigado a votar. Quem perde uma eleição, no entanto. tem até 60 dias corridos depois para justificar e pagar uma multa de R$ 3,51 – um valor simbólico. Porém, de acordo com o Código Eleitoral, ao deixar de votar e não apresentar justificativa perante o juiz eleitoral a pessoa deve pagar uma multa de 3% a 10% do valor do salário-mínimo.
No primeiro turno as abstenções em Jundiaí chegaram a 91.486, subindo no segundo turno para 102.759.