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Jundiaqui

 Renê fala em qualidade de vida
2 de fevereiro de 2024

Renê fala em qualidade de vida

Presidente voluntário da Associação Agrícola de Jundiaí, Renê José Tomasetto vê a Festa da Uva como a grande vitrine para o trabalhador do campo de nossa região. Por isso é um dos guardiões da festa que conheceu ainda criança, em 1954 – fará 76 anos neste 20 de janeiro. E tem orgulho de dizer que a uva mexe com gerações da família.

Essa história começou com seus avós Salvador e Joana no bairro Traviú. Já os pais de Renê, Gilio e Angelina, deram sequência e passaram essa paixão para vários dos dez filhos. Hoje, tem orgulho ao mostrar que o neto Renan, de 12 anos, até já ganhou prêmio pela qualidade da uva que planta, isso em 2023. O menino sabe que seu caminho é natural para também se tornar um agricultor, mesmo seus pais Diógenes e Eliana não o sendo.

Um outro desses exemplos de proximidade familiar é um dos sobrinhos, o grande destaque dos últimos anos de festa. Anderson Tomasetto é o atual “Supercampeão – Uva Niagara Rosada Jundiahy”, aquele que somou o maior número de pontos durante os quatro finais de semana no ano passado.

A primeira lembrança da uva que vem à memória de Renê é a festança do final de safra, com a família toda reunida no próprio rancho da uva. Vinho para os adultos, sangria para as crianças, além de muita comida e, para finalizar, o incrível crustoli que dá água na boca.

Sobre 1954, conta que foi sobre o ombro do pai e até saiu em uma foto de um livro que ele emprestou a um conhecido anos depois e nunca mais foi devolvido, uma grande frustração.

Simples e direto – Quem conhece Renê vê alguém simples, com um sotaque meio italianado, de fala tranquila e ações práticas para valorizar nossas tradições, nossa uva e a festa. A fruta não apenas é preciosa para ele como também simboliza a garantia feita pelos produtores rurais da qualidade de vida da cidade, ao ajudar a manter águas e matas. “Isso é amor, como o carinho quando dizemos que uma pessoa é uma uva”, afirma.

Renê foi um trabalhador incansável com os companheiros de Associação Agrícola para que se conseguisse a Indicação geográfica da uva Niagara Rosada.

A Associação Agrícola de Jundiaí foi fundada em 10 de outubro de 1945 e tem sua sede no Anhangabaú, poucas ruas de distância do Parque Comendador Antonio Carbonari. Trata-se de uma entidade sem fins lucrativos.

Este ano, a associação volta a distribuir milhares de reais aos produtores das melhores uvas – e são lindas as concorrentes. Já as frutas, verduras e legumes fornecidos pela Associação Agrícola e usadas na decoração da Festa da Uva são doados ao Fundo Social de Solidariedade (Funss), que os repassa para entidades beneficentes, como o SOS, Pastoral da Acolhida, Creche Mãe Meimei, Casa Transitória Nossa Senhora Aparecida e Associação Almater, entre outras. E mais: aos domingos, o dinheiro arrecadado no leilão das uvas e outras frutas premiadas, entre elas lichia, pêssego, figo e pitaia, é doado para a compra de materiais para os cursos gratuitos do Funss.

Renê preside a associação desde 2016 e atualmente tem na diretoria Domingos Fonte Basso, Érica de Cássia Thomazetto, Valdir Pavan, Irineu Galvão, Marcel Carbonari, Moacir e Carlos Eduardo Bartolo, Osni Rizzeto, Osvaldo Almeida, Nilson Michelin, Sandro Rodrigo Burch e Thais Loschi.

Seu antecessor foi Flávio Ceolin, que promoveu o primeiro seminário sobre turismo rural e Renê vê essa ação como fundamental para que Jundiaí venha recebendo cada vez mais visitantes.

“Antigamente teve quem riu ao ouvir falar de turismo em Jundiaí, hoje ele movimenta a economia e isso graças às propriedades rurais. Quando criamos o Circuito das Futas, o desafio era dar sustentabilidade aos restaurantes familiares e que agora fazem grande sucesso. Hoje, temos uva o ano todo e gente vindo de toda parte para cá, se deliciando também com nosso vinho. Antes o jundiaiense ia para o Sul comprar vinho e agora quem ótimas ofertas aqui na cidade. São muitas as conquistas”.

EQUILÍBRIO DE FORÇAS

Renê Tomasetto vê a agricultura familiar como fundamental para que Jundiaí tenha atualmente algo aproximado de 33% de área urbana, 33% de natureza preservada (Serra do Japi) e 33% de área rural. “Se o agricultor desiste, vêm os loteamentos clandestinos, aparecem problemas com água e desmatamento, enfim a qualidade de vida vai lá para baixo, mexendo nessa proporção de um-terço que é nosso desafio manter sempre assim”.

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