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 Bicho-casca é uma das surpresas do Japi
27 de julho de 2020

Bicho-casca é uma das surpresas do Japi

Por José Arnaldo de Oliveira

A nossa reeducação sensorial tem uma narrativa épica no caso em que João Vasconcellos-Neto, veterano pesquisador da Unicamp, registrou a percepção de portadores de deficiência visual ao bicho-casca. O percevejo é invisível aos olhos comuns, mas foi notado pelos dedos sensíveis…

Os bichos-cascas (Hemiptera: Phloeidae) são insetos conhecidos por sua camuflagem impressionante sobre o tronco das árvores hospedeiras.

Mas além disso, descobriu a pesquisadora Adriana Salomão, apresentam um cuidado maternal peculiar no qual as fêmeas não só cuidam dos ovos como carregam ventralmente as ninfas de primeiro e segundo instares.

Essas características têm provocado curiosidade há mais de 200 anos e muito pouco se sabia sobre esses fleídeos.

 

 

A primeira fase, em seu mestrado de 2007, mostrou que essa invisível espécie de vida tem apenas quatro espécies, uma família de heterópteros fitófagos (ou seja, comedores de plantas). Vivem sobre o tronco de árvores, ao qual se assemelham devido à coloração e ao corpo altamente modificado.

A observação de indivíduos sobre espécies nativas de mirtáceas na Serra do Japi mostrou que vivem somente nessa planta entre tantas outras, com preferência por espécies, que a distribuição sobre as plantas foi determinada pela arquitetura dos caules e que a densidade de plantas hospedeiras afeta a distribuição espacial dos fleídeos.

Foi registrada em dez espécies de mirtáceas, preferencialmente em plantas com caules descamantes em relação a plantas com caules não-descamantes. E em cada espécie hospedeira foram ocupados os maiores ramos disponíveis. “Este trabalho sugere que características morfológicas dos caules, como presença de casca descamante, padrão de coloração e diâmetro sejam importantes na escolha das plantas pelos fleídeos”, observou.

O estudo aumentou posteriormente para as populações de duas espécies que ocorrem na Serra do Japi, Phloea subquadrata e Phloeophana longirostris, e ampliou o conhecimento sobre a biologia e ecologia dessa família.

Se você pensa que já viu tudo, esqueça. Muitas maravilhas nem se deixam ver.

Imagem: Adriana Salomão

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