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 DIA DA MULHER \ Carmelita é ‘para-raio espiritual’ para Jundiaí
8 de março de 2018

DIA DA MULHER \ Carmelita é ‘para-raio espiritual’ para Jundiaí

Madre Maria Madalena de Jesus vive reclusa com mais 20 irmãs 

O Carmelo de São José fica no alto da cidade, no Anhangabaú, e é visto por muita gente como uma espécie de “para-raio espiritual” para Jundiaí. Ele é dirigido pela Madre Maria Madalena de Jesus e abriga 20 freiras que ficam reclusas praticamente o tempo todo – com saídas no máximo para ir ao médico, votar nas eleições e visitar outros conventos.Esse viver na clausura é cercado de muito trabalho e orações. Elas acordam diariamente antes da cinco da madrugada, oram, tomam seu café e depois rezam até o momento da missa às 7 horas. Vêm mais orações e também os serviços de limpeza, da cozinha e ainda a produção de hóstias, que são ofertadas nas missas. São cerca de 30 mil delas ao dia e que vão para paróquias de Jundiaí e região e também de Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro.

Há uma máquina que ajuda na fabricação, mas a grande parte do trabalho é artesanal. A hóstia leva água e farinha de trigo, que é doada por um empresário. As carmelitas de Jundiaí enviaram hóstias que foram consagradas pelo papa Bento 16 quando de sua visita a São Paulo, em 2007, durante missa no Campo de Marte.

São confeccionadas hóstias em dois tamanhos: a dos fiéis (3,5 cm) e a dos bispos (4 cm). A do papa foi outra, bem maior (13 cm).

“Todo o trabalho é feito em silêncio. Não é um ato mecânico, mas sim ligado à espiritualidade. Toda a nossa vida aqui no Carmelo é voltada à oração”, explica.

Para salvar almas

A missão da madre e das demais monj as é a de doar a própria vida em benefício da humanidade. Como? Orando por todos nós.

Com 54 anos de idade, Maria Madalena de Jesus deixou seu nome para trás quando decidiu há 33 anos ingressar para o Carmelo de São José. Era estudante de enfermagem e morava na Ponte São João com a família, quando foi visitar esse espaço sagrado e nunca mais saiu de lá.

“Tive um chamado ao ir visitar o Carmelo com uma amiga que pensava em entrar e acabou desistindo. Sabia que me casar não iria e aquela imagem do Carmelo nunca mais saiu da minha cabeça. Quem é chamado sabe”, contou em entrevista para o Portal Tudo. E foi além: “Foi uma luta grande. Venho de família católica praticante, mas mesmo assim foi difícil para que entendessem, sobretudo pela separação física, mas quem tem a vocação não pode dar as costas”.

A atual madre conta que no começo sentiu saudade das pessoas e de casa – “somos pessoas normais” -, contudo o amor pela família passou depois a outra dimensão. “Não deixei de amar, mas é diferente”.

Com carmelitas com idades entre 26 e mais de 80 anos, a madre diz que a diversão ali é jogar peteca. Atualizada com as novas tecnologias, ela tem celular e usa o WhatsApp, normalmente para levar um pouco de paz aos que a procuram. Ano passado, durante todo o período em que Picôco Barbaro lutou contra o câncer que o vitimou, por exemplo, ela manteve contato com familiares do colunista social do JundiAqui.

Quem procura o Carmelo de São José, onde as irmãs ficam separadas dos visitantes por grades, segundo lembra, são os necessitados de conforto espiritual que ali se sentem acolhidos por Deus. Ela considera o mundo como uma ditadura, que impõe as coisas para você e quem tenta viver diferente é massacrado, por isso tanta gente sofre de depressão e vai em busca de uma luz divina.

O Carmelo de São José surgiu em Poá, em 1944, e foi transferido para Jundiaí em 1950, instalado provisoriamente na Casa Paroquial. A primeira ala do mosteiro foi aberta em 1951 e a capela e outras dependências vieram em 1957.

O Carmelo de São José pertence à Ordem da Bem-Aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo.

Por todo essa dedicação aos outros, madre Maria Madalena de Jesus ganha nossa homenagem neste Dia Internacional da Mulher.  

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