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Jundiaqui

 Fisioterapia Sem Fronteiras ajuda jundiaiense na recuperação da Covid-19
20 de junho de 2020

Fisioterapia Sem Fronteiras ajuda jundiaiense na recuperação da Covid-19

Zenilton é uma das centenas de pessoas que deixaram os hospitais e ganham aliados virtuais contra sequelas

Edu Cerioni

Zenilton Correia da Silva, de 67 anos, é um dos que venceram a luta hospitalar contra a Covid-19, que incluiu 26 dias de Hospital São Vicente, 15 deles entubado na UTI e dos quais nada se recorda. Ganhou uma batalha, diz, mas a guerra ainda não. Ela continua agora em outro lugar, em sua casa. Saíram de cena enfermeiros e médicos e entrou uma fisioterapeuta virtual, a Bibiana, de Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro. É ela que ajuda o jundiaiense com exercícios diários para que ele não tenha sequelas motoras e respiratórias do quadro causado pelo coronavírus.

O morador do bairro Recanto Quarto Centenário diz que a esposa, Cida, foi quem viu a notícia na televisão sobre a Fisioterapia Sem Fronteiras e que foi muito simples e rápido conseguir ajuda. “Quero que outros tenham a mesma oportunidade que estou tendo”, avisa.

A ideia de dar suporte a quem sofreu com a Covid-19 nasceu de Claudia Dutkiewcz, fisioterapeuta especialista em pós-parto, que reuniu outros profissionais amigos nesse seu incrível projeto, abraçado logo de cara por Luana Motta Soares, Monica Kestener e Renata Mattos Uchôa Andrade. Renata contou ao JundiAqui que está em contato com uma médica da cidade para que a indicação da Fisioterapia Sem Fronteiras se torne protocolo para todos que recebam alta da doença – ainda não pode revelar mais detalhes.

A partir de diferentes cidades e com ajuda da internet, os fisioterapeutas estão dando assistência a centenas de pessoas. O exército de Claudia já chega a 300 profissionais que dedicam parte de seu tempo a pacientes como Zenilton. Um projeto, é bom lembrar, sem fins lucrativos.

ELE NEM VIU OS DIAS PASSAREM

Zenilton, que é eletricista autonômo e não vê hora de poder voltar ao trabalho – “A grana tá curta depois de 90 dias parado”, diz -, vem fazendo acompanhamento no AME. Ele deixou o São Vicente em 27 de abril, dia que agora se tornou um novo aniversário, junto com o 14 de maio. “É um pertinho do outro, talvez a festa fique no meio, mas nunca vou esquecer desse dia em que saí do São Vicente andando, depois de tanta incerteza e medo”. Ele comemora: “Estou bem agora. Passei na FMJ (Faculdade de Medicina de Jundiaí), fiz exame após 14 dias e já negativou para a Covid, só farei acompanhamento por conta da idade”.

Dos 26 dias de hospital, se recorda pouco do antes e do depois do tempo de entubação, do qual sobraram “alguns delírios”. No antes ficou uma mágoa por ter esperado tanto para receber assistência médica. Seguiu orientações passadas pelo telefone 156 e foi esperando, esperando…

“Me perguntam se lembro de alguma coisa e confesso que só fiquei sabendo dos 15 dias em coma quando cheguei em casa. Lembro que passei no PA do Retiro/Guanabara e de lá o médico foi ágil para me colocar na ambulância do Samu e pedir uma tomografia. Foi o bastante para iniciar o tratamento do qual agradeço a Deus, as orações e aos profissionais do São Vicente pelo sucesso”.

Se Zenilton estava em coma, a família não desgrudava das orações e da busca por novidades. Cida e a filha Natália participavam de uma vídeo-conferência com médicos do hospital todos os dias, repassando detalhes para Juliana e Carlos Eduardo.

TRANSPORTE PÚBLICO

Zenilton trabalhava em uma obra em São Paulo até meados de março e ia de transporte público, pegando, na ida e na volta, trem, metrô e ônibus. Ele tem certeza que foi em uma dessas viagens que se contaminou. “No dia 21 de março, quando começaram as ações de isolamento, já não fui mais. Na semana seguinte comecei com tosse, depois febre que apareceu, foi embora e voltou… o pior mesmo foi com o cansaço, a falta de ar. Sabe respiração curta, ofegante? E minha mulher procurando orientação pelo 156, mas a resposta todo dia era para esperar ter os três sintomas juntos, como mandava o protocolo do Ministério da Saúde. Sei lá se estão certos. Sofri, mas fomos esperando, até que não deu mais”.

Apesar dessa demora, o eletricista conta que informação foi fundamental para a família, porque logo no primeiro sintoma já se separou da mulher dentro de casa, comendo em prato e com talheres exclusivos, dormindo em outro quarto, limitando a visita dos filhos, entre outros. “Ninguém foi contaminado, graças a Deus”.

Uma certeza: “Tão importante quantos os profissionais de saúde foram as orações. Sou da Paróquia Nova Jerusalem e foi forte a corrente de orações que os amigos fizeram. Participo do movimento das equipes de Nossa Senhora internacional e sei que gente do mundo todo rezou por mim”.

Dessa experiência, ele vai guardar recordações e acredita que nem a sua ou a vida de qualquer pessoa será a mesma a partir de agora. “Tem que se proteger”, alerta. “Se puder, fique em casa. Se sair, vá de máscara e fique distante dos outros. O pessoal não dá valor para a doença, mas ela é verdadeira e fatal. Eu e minha mulher estamos desesperados de ver o povo na rua, não deveria ter flexibilizado. Não tem controle, liberou e o pessoal acha que pode tudo. É por isso vem aumentando tanto o número de infectados e mortos”.

Para saber mais sobre o Fisioterapia Sem Fronteiras, acesse o Facebook.

 

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