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Jundiaqui

 Para jundiaiense que mora na Nova Zelândia, o futuro pós Covid-19 já chegou
27 de maio de 2020

Para jundiaiense que mora na Nova Zelândia, o futuro pós Covid-19 já chegou

12 mil quilômetros longe daqui, Guilherme Vilhena voltou a dar aulas e até foi ao bar neste domingo

Edu Cerioni

Guilherme com os filhos Manu, Cauê e Lua comemoram a retomada da vida nas ruas de Hastings, na Nova Zelândia. País que enfrentou um longo lockdown por conta do coronavírus, há uma semana já não tem novos casos de contaminação. Segue com suas fronteiras fechadas, mas vai abrindo portas do comércio, das escolas e outros.

“Os testes seguem e vêm dando negativo. Temos casos ativos, mas tudo sob controle, com as pessoas isoladas. Hoje até fui dar um rolê de montain bike e na volta parei em um bar. Para entrar tive que assinar um documento, com telefone e e-mail, e lá dentro o respeito a uma certa distância é natural agora para todos”, contou o jundiaiense na noite deste domingo (24).

O pequeno país da Oceania soma quase cinco milhões de habitantes, mas ainda assim registrou somente 20 mortes pela Covid-19, sendo que aqui em Jundiaí, ainda longe do pico, já são 47 para cerca de 418 mil moradores. O segredo? “Ações rápidas e efetivas do governo e respeito da população”, diz. A cidade de Hastings teve só cinco casos positivos e nenhuma morte.

Guilherme, que apareceu no JundiAqui em 4 de abril por conta da comemoração virtual do aniversário aqui na cidade do pai (relembre), explica que tudo que envolveu essa doença foi tratado abertamente e com urgência. “Logo que se falou em Covid, já veio o alerta para que a gente fizesse compras e se preparasse para ficar em casa. A seguir veio um outro nível maior de exigência, fechando tudo. Eu mesmo fiquei em casa todo esse tempo, só saí para mexer nas abelhas uma ou outra vez. No colégio que trabalho, foi tudo online. Agora, retomamos a vida com recomendação para lavar as mãos, manter distância segura um do outro, mas sem medo, as coisas estão fluindo tranquilamente”.

O professor que ensina horticultura e apicultura em um colégio técnico não teve redução de salários ou outro prejuízo financeiro. A namorada Deana, que é autônoma, portanto ficou impedida de trabalhar, recebeu com antecipação o dinheiro de cinco semanas, bastando para isso preencher um questionário online. “Alguns empreendedores agora vão ter que fazer a devolução do que foi adiantado, porque informaram que o prejuízo talvez fosse maior. O legal é que aqui o negócio funciona de verdade. Se fizer errado, se enrola”.

Guilherme abre um parênteses e conta uma história de antes da pandemia: “Um político usou o cartão corporativo para pagar um jantar com champanhe para a namorada, foi descoberto e teve que devolver o dinheiro e ainda pedir desculpas públicas. Aqui é assim que se tratam as coisas, com seriedade”.

A nova investida do governo é estimular a economia e o turismo internos, com campanhas que já foram lançadas. Os voos de fora estão proibidos, mas já se fala em liberar os vizinhos australianos. São pouco mais de cinco mil brasileiros morando na Nova Zelândia.

O grande nome dessa guerra foi o de Jacinda Ardern, a primeira-ministra que tomou a frente do combate ao vírus. Aconselhada por cientistas de universidades, em nenhum momento deixou dúvidas no ar sobre suas ações e agora se vê os resultados. Inclusive, baixou seu salário em 20% por seis meses, dando o exemplo no que foi seguida por outros.

A estratégia foi agressiva: um mês depois do primeiro caso, fechou fronteiras, decretou quarentena rigorosíssima e apostou em testagem em massa, tudo isso antes da primeira morte. E aparecendo todo dia na TV. Conseguiu que a transmissão comunitária cessasse.

O investimento foi o equivalente a 42 bilhões de reais, incluindo injeção financeira no sistema de saúde, socorro econômico aos empresários, redução de impostos e ajuda aos mais pobres.

Um detalhe: as regras do lockdown foram apresentadas em 20 idiomas, porque é um país com muitos imigrantes. “Disciplina e o senso coletivo são outros fatores fundamentais”, completa Guilherme.

A situação é tão favorável, que até já cabem brincadeiras daquele lado do mundo…

 

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