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Jundiaqui

 Romaria completa 110 anos
14 de maio de 2024

Romaria completa 110 anos

A Romaria Diocesana Masculina de Jundiaí começou a escrever sua história em 1914, ano da Primeira Guerra Mundial, quando um grupo formado por 13 amigos de Jundiaí seguiu até Pirapora do Bom Jesus para pedir paz ao Senhor Bom Jesus. Agora em 2024, mais de 1,5 mil romeiros vão festejar os 110 anos seguidos de peregrinação.

A romaria virou patrimônio imaterial de Jundaí e reúne quem vai a pé, de cavalo, charrete ou bicicleta. O ato de fé, tradição e devoção terá início no dia 17 (sexta-feira), com a saída da romaria de “pedestres” às 22h. No dia 18 (sábado), a saída da romaria e a bênção serão às 7h, na igreja do bairro da Varginha. Termina no dia 19 (domingo), a partir das 16h, com a concentração dos romeiros na Vila Rami para a procissão até a catedral Nossa Senhora do Desterro.

E MAIS – A romaria agora é o ponto alto da Semana Equestre de Jundiaí, criada por lei para valorizar, difundir e preservar a cultura equestre, além de fomentar a economia do agronegócio e da pecuária na cidade.

Este ano, o autor da lei, o vereador Cristiano Lopes, reuniu autoridades religiosas de Jundiaí em audiência pública para declaração de apoio à Proposta de Emenda à Lei Orgânica que assegura a livre manifestação religiosa no município. Foi na noite de quarta-feira (8), com muita gente na Câmara Municipal. Foi lá que Cristiano homenageou os romeiros em nome do senhor Pedro Balestrin, de 99 anos, morador da Colônia e que há 80 anos vai na romaria ao Santuário de Bom Jesus de Pirapora.

“Pela primeira vez na história, estamos criando um capítulo na Lei Orgânica do Município que trata desta liberdade para as manifestações religiosas. Tenho certeza que a Câmara Municipal fará o seu papel e essa participação popular que estamos vendo, aqui, é fundamental para que esses passos sejam dados”, afirmou Cristiano.

Clóvis José Pontes, presidente do Conselho de Pastores de Jundiaí (Conpas), fez menção à democracia brasileira e ao direito dos cidadãos. “É muito bem-vinda essa emenda, porque a nossa democracia é muito nova. E há um movimento no Brasil para tentar desconstruí-la”.

José Antônio Vecchi, presidente da Comissão Executiva da USE (União das Sociedades Espíritas de Jundiaí), ressaltou a necessidade de reforçar o respeito às diferentes religiões. “Assegurar a livre manifestação religiosa no município é uma iniciativa feliz, necessária e de muita importância para o município. Nós precisamos ter esse direito e também respeitar as outras religiões”.

Gihad Abbas, presidente da UniTerreiros (União das Comunidades de Terreiros de Jundiaí e Região), lembrou das dificuldades que as religiões de matriz africana têm para poder professar a fé. “Iniciativa extremamente importante porque, no nosso país, temos um conjunto de leis muito bonito, mas que a sua prática efetiva depende de muita regulamentação. Embora já tenhamos isso garantido na Constituição Federal e na legislação estadual, a regulamentação desta proposta no município é relevante. Nós enfrentamos muitas dificuldades em relação às comemorações de festas tradicionais na cidade e, com essa atitude, passamos a ter mais força”.

Da plateia, as opiniões também convergiram para a importância da proposta. “A romaria é, antes de tudo, um evento religioso. Não é um passeio, não é um desfile e nem uma cavalhada. Ela é baseada na fé, tradição e no companheirismo, tem organização e regulamento. Vamos completar 110 anos de história em Jundiaí e continuaremos cantando nosso hino com orgulho: Romeiro sou e vou ser até morrer”, destacou Edison Bardi da Fonseca, de 75 anos – 70 deles dedicado à peregrinação até Pirapora do Bom Jesus.

O jovem Lucas Gonçalves de Castro usou a tribuna para lembrar que o racismo religioso é crime previsto na legislação federal. “As comunidades de matriz africana no Brasil não sofrem intolerância religiosa, o que elas sofrem é racismo religioso justamente porque têm origem, que é afrodiaspórica (migração forçada dos povos africanos), é negra. Precisamos mesmo do debate para poder avançar nesta discussão”.

Já Henrique Parra Parra lembrou que a religião deve servir para fortalecer e abraçar as pessoas, mas que muitos a colocam acima do ser humano, o que é um erro.

Os debates a respeito da Proposta de Emenda à Lei Orgânica continuam sendo feitos. Os cidadãos podem colaborar com sugestões pelo e-mail cristianolopes@jundiai.sp.leg.br.

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