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Jundiaqui

 Setembro Amarelo une rotarianos
20 de setembro de 2023

Setembro Amarelo une rotarianos

A doutora Maria Cristina Ramos de Stefano luta contra a omissão das autoridades e a negligência da sociedade que tornam o suicídio uma verdadeira epidemia – faz uma nova vítima a cada 45 segundos. Ela que teve um filho que tirou a própria vida e outro que tentou o mesmo, resolveu não ficar calada. Pelo contrário, espalha essa história como um alerta. Foi o que fez na noite desta terça-feira (19), em reunião dos Rotary Club de Jundiaí Leste e Conexão-Jundiaí.

Uma sobrevivente enlutada do suicídio, a psiquiatra e médica sanitarista perdeu o filho Felipe, de 34 anos, em 2012. Um ano depois, o outro filho, Plínio, tentou o suicídio, mas ao contrário do irmão pediu ajuda a tempo e acabou internado em clínica de recuperação. Desde então a também professora de Saúde Pública se lançou de corpo e alma no trabalho de prevenção ao suicídio.

“O nascimento e a vida são histórias e a morte desse modo tão dolorido cria uma história que impacta para sempre no meio familiar. Mexe com todos, muitos se culpam e assim não é um evento raro ter outro suicídio ou tentativa dentro de casa”, conta.

Maria Cristina lançou o livro “Suicídio: a epidemia calada”, agora disponível somente em versão online, que traz desabafos e desenhos feitos por Felipe e mantidos em cadernos que se transformaram em um diário da despedida do então funcionário público. “Foi uma descoberta do filho que não conhecia e que não se fazia conhecer”, define.

Felipe morava sozinho e escondia os cadernos e os desenhos sob o colchão, debaixo da cama, em armários etc e a mãe diz que não imaginava o sofrimento que ele vinha sentindo e guardando para si próprio.

É por isso que a psiquiatra que trabalhou até 1996 no Hospital do Juquery destaca a importância do Centro de Valorização da Vida (CVV), que tem o telefone 188, e precisa de voluntários para atendimento de urgências. Mas ela adverte: “A comunicação não violenta, aquela que acolhe, é desafio”. Ela ensina: “Se você for falar com alguém que perdeu familiar por suicídio, nunca diga ‘vai passar’, ‘vida que segue’… Nunca vai passar, portanto, é melhor ficar quieto e oferecer somente um abraço”.

O Dia Mundial da Prevenção do Suicídio é o 10 de setembro. Já o mês foi chamado de Setembro Amarelo por causa da cor do carro, um Mustang, em que um jovem norte-americano se matou dentro e, em seu velório, a família distribuiu papeis amarelos para que as pessoas escrevessem mensagens de adeus.

Embora criada há treze anos, a prevenção é falha. Maria Cristina defende a presença de psicólogos nas escolas, porque os jovens são os mais vulneráveis. Ela lembra que a categoria profissional com mais casos é a dos policiais, portanto merece atenção especial. E vê como falha o rastreamento de crises suicidas no país, um pouco melhor somente no Rio Grande do Sul. E pede estudos: “O que sabemos sobre suicídio de indigenas, por exemplo? Nada, além da existência de rituais de suicídio em grupo. Precisamos avançar muito nessa questão e a divulgação da epidemia é um caminho”.

A pandemia da Covid-19, na sua opinião, ainda vai gerar muitos problemas, por ter deixado sequelas severas, inclusive neurológicas. Isolamento, luto mal elaborado e outros fatores são de grande preocupação para a área da psiquiatria.

É tradição rotariana promover encontros que ajudem os associados na reflexão dos mais diversos temas, especialmente de saúde, com o objetivo de que estes levem as informações a mais gente.

O Rotary Leste é presidido por Marcelo Campos da Silva Velho e o Conexão, por Eduardo André Goulart Alcântara. De 7 clubes da cidade, seis presidentes estiveram no encontro do Setembro Amarelo no Bacalhau do Barão, na Bela Vista. E mais o governador 2010/11 José Carlos de Lima. Maria Cristina foi rotariana e lembra que esteve presente em 1995 no México na convenção que deu o start para que mulheres passassem a fazer parte do Rotary no mundo todo, deixando de ser esposas de rotarianos. Ela deixa aberta a possibilidade de um retorno em breve, ao definir: “Rotary me lembra o viver solidário”.

A próxima ação é a campanha de vacinação contra a paralisia infantil. O Rotary trabalha para erradicar a pólio há 35 anos. No Brasil, a vacinação era um sucesso que ficou ameaçado nos últimos anos com questionamentos de governantes sobre a validade desse tipo de imunização e, assim, o grande desafio passou a ser o de convencer os pais de que a gotinha previne a doença e salva.

Os associados do Rotary já doaram mais de US$ 2 bilhões e incontáveis horas de trabalho para proteger cerca de três bilhões de crianças da paralisia infantil em 122 países.

Veja mais fotos:

 

Texto e fotos de Edu Cerioni, sócio honorário do Rotary de Jundiaí Leste e que comemorou aniversário neste 19 de setembro – abaixo os registros feitos por alguns de seus companheiros na hora do parabéns.

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One thought on “Setembro Amarelo une rotarianos

CelsoSilvasays:

Parabéns pela cobertura! E pela comemoração de mais uma primavera desse amigo que registrou tudo isso!

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