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Jundiaqui

 A Jundiahy dos tropeiros
6 de agosto de 2020

A Jundiahy dos tropeiros

Por Vivaldo José Breternitz

A produção de alimentos tinha muita importância econômica na Jundiaí do final do século XVIII e nas décadas iniciais do XIX. Milho, açúcar, feijão, carne suína e bovina, além de aguardente, eram os principais produtos de nossa cidade. Mas havia outro negócio importante: o dos transportes.

Por aqui passava a “Rota do Goiás”, que saía de São Paulo, atravessava Campinas, Mogi-Mirim, Mogi-Guaçú, rumando para Franca e daí para Goiás; nessa rota, que foi aberta ao redor de 1725 pelo bandeirante Bartolomeu Bueno, tudo era transportado no lombo de muares, que viajavam em grupos chamados “tropas”.

Essas tropas também transportavam mercadorias de e para o Porto de Santos. Havia também um ramal da rota que seguia para o sul de Minas.

Muitos jundiaienses exerciam atividades ligadas a esse negócio, criando, domando, alugando e comerciando animais, organizando e conduzindo tropas, produzindo arreios e fornecendo alimentos aos tropeiros.

Do interior, as tropas traziam produtos como algodão, toucinho e queijos. A partir de Jundiaí, eram enviados para São Paulo porcos vivos.

O trabalho era duro e a “estrada” ruim. Em 1822, por exemplo, se reclamava sobre queda de pontes, como há registros em documentos.

As atividades dos tropeiros foram diminuindo à medida em que as estradas foram sendo melhoradas e carroções passaram a ser um meio mais eficiente de transporte – antepassados meus tiveram um negócio desse tipo, trazendo café do interior para embarque na ferrovia em Jundiaí, rumo a Santos, que passou a operar em 1867.

À medida em que as ferrovias foram sendo implantadas, as tropas deixaram de existir em nossa região; como curiosidade, ainda vi tropas transportando marmelo para fábricas da Cica em Delfim Moreira e Marmelópolis, no sul de Minas, isso ainda no início dos anos 1970.

Vivaldo José Breternitz é do blog Jundiahy Antiga

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