Por Luiz Haroldo Gomes de Soutello – Academia Paulista de História

Até onde sei, a primeira indústria pesada que se instalou em Jundiaí foi a Oficina Arens, fundada em 1892 por Fernando Arens, a qual depois teve o nome alterado para Mecânica Arens, talvez já nos tempos de Fernando Arens Junior. E a maior indústria de Jundiaí até por volta de 1930 foi a Argos Industrial, fundada em 1913, com o nome de Sociedade Industrial Jundiaiense, pelos imigrantes italianos Luís Trevisoli e Aleardo Borin, mas cujo controle foi adquirido, logo depois, por um genro do primeiro Fernando Arens, Ernesto Diederichsen, que era o gerente, no Brasil, da multinacional teuto-santista Theodor Wille & Cia.

Para quem se dispuser a pesquisar a história do processo de industrialização de Jundiaí, ou então a história da Vila Arens, talvez sejam de interesse as seguintes informações a respeito dessa dinastia industrial Arens-Diederichsen.

A família Arens teve origem, no Brasil, com o casal de alemães Heinrich Emanuel Albrecht Arens e Maria Elisabeth Hernandine Rohe. Entre outros filhos, esse casal teve Frederico Guilherme Fernando Arens, abreviado para Fernando Arens, nascido em Nova Friburgo (RJ), em 1848, e falecido em Hamburgo (Alemanha), em 4.7.1921. Casou em Campinas com Felisbina Augusta Teixeira Nogueira Garcia, filha de Joaquim António Garcia e de Maria Teresa Teixeira Nogueira. Como se vê no Estadão de 11.12.1973, página 27, foram pais de Fernando Arens Junior, Henrique Arens, Juanita Arens (casada com A. J. Andersen), Augusto Arens (casado com Dorothea Sieber), Alminha Arens (casada com Ernst Schmidt) e Maria Elisa Arens (casada com Ernesto Diederichsen).

Fernando Arens foi o fundador da Oficina Arens, em torno da qual formou-se a Vila Arens. Foi intendente (prefeito) de Jundiaí no período 1893 a 1895.

Fernando Arens Junior, nascido em Campinas, em 18.4.1880, e falecido em São Paulo, em 5.9.1942, casou com Lavínia Caldas, com a qual teve quatro filhos. Engenheiro formado pela Escola Politécnica de São Paulo, inventou o processo de fabricação de tubos de metal sem “costura” (solda), cuja patente foi utilizada no mundo inteiro, alavancando o crescimento da indústria fundada pelo pai.

Outra filha do primeiro Fernando Arens (foto acima), Maria Elisa Arens, conhecida na família como Vovó Lili, casou com Ernesto Diederichsen, filho do alemão Bernhard Diederichsen e de Ana da Rocha Leão. Ernesto e Maria Elisa foram pais de Bernardo Diederichsen (falecido solteiro), Leonor Diederichsen (casada com Luiz Dumont Villares), Ernesto George Diederichsen (casado com Antonietta Ratto) e Martha Diederichsen (casada com Érico João Siriuba Stickel).

Fernando Stickel publicou, no portal “Aqui tem coisa”, a fotografia abaixo, de grande interesse para a iconografia de Jundiaí, na qual aparece, com a prole toda, o casal tronco dos “nossos” Diederichsen (há outro ramo da mesma família que descende de Leopold Diederichsen e Maria Francisca Carolina da Costa Aguiar Andrada, bisneta de José Bonifácio de Andrada).

Na foto mais ao alto: 1) Ana (que casou com Emil Wysling), 2) Bernhard Diederichsen, 3) Ana (nascida Rocha leão), 4) Bertha (que casou com Stanislas Pachur), 5) Maria Luiza (que casou com Eduardo Rietz), 6) Eduardo Rietz (genro), 7) Ernestina, 8) António (proprietário do Banco Construtor, em Ribeirão Preto) e 9) Ernesto (gêmeo de Ernestina, casou com Maria Elisa Arens).