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 Cultura de Jundiaí perde sua maior mecenas, Anna Luiza Fagundes
11 de junho de 2021

Cultura de Jundiaí perde sua maior mecenas, Anna Luiza Fagundes

Ela dançou ballet, mas foi como apoiadora e financiadora que escreveu seu nome eternamente nas artes

Edu Cerioni

Anna Luiza Fagundes se foi e assim Jundiaí vira uma das mais interessantes páginas da história de sua cultura. Página que não pode ser apagada, porque Anna foi diferencial na vida de muita gente. Nunca mediu esforços e dinheiro para promover arte e oferecê-la a mais gente possível.

Ela merecia ser reverenciada em vida, mas ficou doente e por cerca de cinco anos reclusa em sua casa no Centro, onde faleceu aos 80 anos nesta sexta-feira (10). Agora seu nome precisa ser eternizado em uma homenagem linda e vibrante da cidade que fez pulsar mais culta e alegre.

A escritora Julia Heimann lembra que Anna pagou R$ 8 mil para colocar um guindaste na praça central durante uma edição do “Arte em Ação” para que o jundiaiense pudesse assistir exibições de tecido acrobático. “E foi de tirar o fôlego aquelas meninas de roupas coloridas girando com a Matriz de fundo, dava para ver nos olhos do povo a grata surpresa”, conta.

Julia lembra que o “Arte em Ação” sempre foi bancado por Anna, reunindo o pessoal do teatro, da música, da dança, do circo, “de tudo que é arte um pouco”. “Tirava do bolso dela para fomentar cultura e diversão”.

Anna foi bailarina na infância e juventude, dançando no palco do Teatro Polytheama. Manteve sempre um corpo esguio, desfilando talento para agregar artistas em torno de um ideal de popularização das artes.

Comandou a Sociedade Jundiaiense de Cultura Artística, foi presidente dos conselhos de Cultura e do Patrimônio Cultural. Era presença constante em exposições e outras manifestações, sempre elegante e discreta.

Quando eu fui editor-chefe do jornal “BOM DIA” Jundiaí, Anna participou como voz da cultura no Conselho de Leitores. Nas ações beneficentes do “Amigo Secreto” que promovi, sempre adquiriu alguma obra de arte, mas não para enfeitar sua casa, mas sabendo fazer três vezes o bem. Ao artista que viu seu trabalho valorizado com a venda, ao amigo que foi presenteado com o quadro ou escultura e ajudando com dinheiro uma instituição assistencial, porque toda a verba arrecadada com o projeto ia para a caridade. Eu mesmo tenho em casa um lindo quadro do saudoso Marcelo Camunhas que ela me presenteou.

Para Wagner Nacarato, diretor do Teatro Polytheama, Anna era “uma mulher forte, guerreira… Jundiaí, aos poucos, despede-se se seus grandes nomes, infelizmente”.

Rosana Congilio, presidente do Conselho de Cultura, lembra que “a Anna era uma mulher séria, ética e idealista. Lembro que ia à Câmara Municipal assistir as sessões todas as semanas para acompanhar a política local”.

 

 

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