Um dos fundadores da Sajotur, ele foi motorista de excursões inesquecíveis para muita gente entre os anos 60 e 80

Edu Cerioni

Fim de semana sim e outro também, era comum seu Hermes dirigir um ônibus verde e dourado da Empresa São João Turismo para alguma parte do Brasil. E era um privilégio ter um dos donos como motorista, ao turista uma certeza de viagem segura. Foi assim por décadas, até que se aposentou do volante para tocar os negócios atrás de uma mesa. Nessa segunda-feira (14), Hermes Barsanelli deu adeus aos 88 anos.

Conhecia as estradas do Brasil nos detalhes, tantas idas e vindas ao Rio de Janeiro, Santos, Foz de Iguaçu, Caldas Novas e outros tantos pontos turísticos. Dirigia com suavidade, sem trancos para os passageiros e sabia as melhores paradas para o almoço, o jantar ou as festas. Tratava seus subordinados de igual, com o mesmo uniforme de calça verde assim como a gravata e camisa impecavelmente branca, fazendo revezamento na direção nas jornadas mais longas – só os melhores ficavam na empresa.

Gostava de um cafezinho, que bebia sem derramar e sem tirar os olhos da estrada que lhe foi deixada por herança. A Auto Viação Balzanelli – coisa de cartório, “r” e “l” se confundem na família, assim como “s” e “z”  – nasceu em 1953 ligando Jundiaí a Jarinu e Atibaia e logo nos anos 60 foi para a mãos de Hermes e irmãos, que a fizeram referência em turismo para Jundiaí e região a parir de 1975 e até os dias atuais, já com o nome Sajour. Também cresceu e muito por conta do fretamento.

Seu Hermes, como era chamado, ia diariamente na empresa até meados do ano passado. O viúvo que morava no Parque do Colégio se foi, mas fica na memória do transporte de Jundiaí.

Fotos: Reprodução Facebook