Por Douglas Mondo

O menino nasceu na favela do Morro Branco, nasceu de pai desconhecido, foi chamado Jesus, como o Pai! A mãe, com seis filhos, um dia foi filha de Maria.

Hoje, bêbada, no barraco sem luz, morre de desencanto! Não mais sabe sonhar!

Jesus não foi estudar, não tem pai, não tem modelo, não foi criado em lar. Mal sabe falar!

Vende, entrega papelote no Bar do senhor José. À noite, com o berro comprado de um poliça, com seu amigo Deusdite, desce o morro e vai os bacana assaltar.

Na Avenida da Liberdade dá um boi pro bacana: esse é camarada, pega papelote no boteco do José.

Perdeu, perdeu, desce, dá a chave. Bang, bang, matou a mina. Jesus vai dar o rolê da vitoria. Vai no morro de carango. No Funk, vai posar de Beleza. Se consagra na realeza.

Posa com a mina do Feliz. Bang, bang, tomou dois balaço, morreu na encruzilhada, sem nome, Jesus foi jogado como indigente na cova rasa da vida.

Jesus, não é nome de gente!