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Jundiaqui

 Nem com o nariz pra fora
16 de junho de 2020

Nem com o nariz pra fora

Por Nelson Manzatto

Quarentena sempre dá ideia de 40. Mas se é exatamente isso, já completei a segunda quarentena. Abandonei caminhada nas ruas, nos parques – este porque estão fechados – desde o dia 18 de março.  É que quarentena é realmente para ficar em casa e, se possível, não colocar nem o nariz pra fora da porta!

Adotei uma sistemática simples: acordo sempre as 7 horas da manhã – poderia ser bem mais tarde – talvez por já ser um velho costume, desde que deixei o jornal, quando chegava em casa sempre no início da madrugada e acordava lá pelas 10. Com a aposentadoria, me vinguei: comecei a acordar cedo!

E logo tem café da manhã, uma leitura do Evangelho do dia e repassando o mesmo, pelas redes sociais a uma infinidade de pessoas. Até porque, vejo gente curtindo o mesmo de norte a sul do Brasil. E isso me transforma num servidor do Evangelho, mostrando a todos os ensinamentos de Jesus.

Depois desta ação, uma olhada rápida no noticiário, porque as informações são tão tristes que é melhor ver rapidamente e se manter longe disso.

Tomo conhecimento pela formação jornalística, mas é difícil entender porque um vírus nasceu na China, cresceu na Itália, estudou nos Estados Unidos e veio fazer política no Brasil. Este é o ponto triste: estamos batendo recorde de mortes e os homens brigam por poder!

E pioro de tudo: o número de mortes cresce e as pessoas saem pras ruas… com aval dos governantes!

Mas vou ficando…

Leitura, orações, preparação para o almoço, depois dele uma leve soneca. E lá vou em busca do mapa mundi. Esta é a oportunidade para se conhecer o mundo, sem sair de casa, sem colocar o nariz na rua!!!

Não pensem o leitor que busco leituras sobre o mundo. É que tenho um quebra-cabeças de três mil peças e que estão se transformando no Planeta Terra. Faço isso, no espaço gourmet, já que não recebo ninguém em casa. E isso, desde o dia 18 de março!

Às vezes penso que hoje é 19 de março, que amanhã vai ser 20. Mas já mudaram a história do calendário e comemoramos o 9 de Julho e estamos a quase um mês desta data. Com todos os feriados já curtidos, resta a muitas pessoas, eu não, aproveitar o comércio aberto e gastar… como se todo mundo tivesse dinheiro sobrando.

Tarde caindo, noite chegando, um leve jantar, um olhar pela televisão, porque as notícias ruins da manhã continuam à noite, com números de vítimas sempre maiores. A opção passa na busca por um filme. Pra quem não tem Netflix – e isso não é propaganda – percebe-se que os filmes de hoje na TV são os mesmos de ontem, anteontem. E mais não sei quantos trasanteontem. TV abandonada – até programa de receitas também são repetidos – e a melhor opção é rezar por um mundo melhor e dormir, pedindo a proteção de Deus.

Apenas no domingo a situação muda e o ambiente fica mais alegre: almoço especial preparado pela esposa Rita. Filho, Tiago Alexandre se diverte com amigos no computador. Conversa, música – mesmo que seja dos anos 70, 80, 90 que são melhores do que as atuais – o limão, o açúcar, a cachaça… E enquanto a Rita cozinha, a gente consome a caipirinha! A rima é proposital, até porque a informação é verdadeira. Como jornalista que sou, sei que Fake News não chega por aqui! E se futebol era atração das tardes de domingo, hoje a gente percebe que todo mundo esqueceu dele.

E lá se vai mais um domingo, lá se vai mais uma semana. A saída só acontece quando se faz necessária: médico, farmácia – grupo de risco tem sempre uma ação diferente ao isolamento ou quarentena – mercado rápido e sempre com máscara no rosto. Desta vez, com o nariz dentro dela…

Nelson Manzatto é jornalista e escritor

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