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Jundiaqui

 Pra tudo se acabar na quarta-feira!
26 de fevereiro de 2020

Pra tudo se acabar na quarta-feira!

Por Vera Vaia

E quem disse que acabou?

Os foliões deixaram os salões e avenidas, mas o nosso Rei Momo — magro de físico e de ideias — resolveu botar seu bloco pra sambar nessa Terça-Feira Gorda, com um vídeo convocando os foliões remanescentes para irem às ruas, numa espécie de micareta ou algo parecido.

O objetivo é conseguir o maior número de participantes possível, para respaldar a intenção de transformar seu reinado num Bloco do Eu Sozinho, sem as instituições que “atrapalham” suas decisões.

Meio bloco, meio escola de samba, os organizadores estão contando com a falta de informação de alguns integrantes para que o evento tenha sucesso.

E para que a escola possa desfilar na data marcada, alguns quesitos já foram acertados…

O samba-enredo será uma antiga marchinha de Carnaval de nome ludibrioso “A Voz do Povo”, que tem o seguinte refrão:

“Tudo o que penso de ti
Já se disse aqui e ali
Portanto é a voz geral
E eu para dizê-lo de novo
Terei que me tornar banal
Que raiva eu tenho do povo
Que não me deixa ser original”.

O chefe da bateria, general Hamilton Murrão, deverá treinar os músicos formados pelas Forças Armadas, que seguirão pela avenida executando o tema escolhido.

O mestre-sala, um general de nome pomposo, Augustus Helenus, já ligou o foda-se e, com muito samba no pé, ensaia para cortejar sua porta-bandeira, que este ano será encarnada pela ex-passista Damares Árvores.

Na comissão de frente, os escolados sambistas de carnavais passados, Jairzinho, Flavito, Dudu e Carluxo, prometem vir armados com toda a picardia exigida para a apresentação da ala.

A escola de samba Acadêmicos do Salseiro até agora não encontrou um chefe para comandar a Harmonia — pelo menos um que dê o tom certo entre o ritmo e o canto. Pensaram em colocar Onix Lazaroni, uma espécie de coringa da escola, mas ele foi remanejado primeiramente para a ala das baianas e agora está na comissão de trás.

O Enredo já está definido: será sobre a derrubada dos pilares da democracia, envolvendo as instituições.

E como é de praxe, fala também sobre índios, deuses e Nabucodonosor. O que eles têm a ver com isso? Nada! Mas servem para encher linguiça e despistar o foco.

Ainda não foi estabelecida a fantasia que deverá ser usada pelos integrantes da escola, mas muito provavelmente será a de palhaço.

Aos que aderirem, um bom entrudo, mas cuidado com o que vão mandar goela abaixo. Essa ressaca pode ser das brabas!

Vera Vaia é jornalista

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