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Jundiaqui

 talvez
22 de outubro de 2018

talvez

Por José Renato Forner

talvez o custo do outro verbo
seja mesmo o brilho de uma taurus

talvez um soco inglês seja um viagra em farelos
talvez o grito
um livro de quintana
talvez o taco de basebol
um esporte

talvez

talvez tradução de pobre é extermínio
e a faca vença a capoeira
e o vermelho motive o sangue

talvez não concorde com TUDO o que o cristo disse
e minha nossa senhora se encontre um pouco empoeirada
e meu pastor deva falar por mim

talvez a morte venha travestida
(mas meu canivete
alemão
tem poder de tatuagem)

talvez meu whisky é cowboy
é faroeste
é copo quebrado em cabeça de sem nada
é gelo derretendo diferença
e meu whisky faz continência pra um sonho americano
e meus pés que adoram coturnos
deixam pegadas na calçada da fama

talvez, quem levantou meu prédio foi paulista
luiz gonzaga não seja tão bom assim
a feijoada não tenha nada demais
e Mandela não foi preso político

talvez certos estão os muros
os sem sexo
os que não falam
os que se omitem
os que são pichados

talvez os muros estão certos
os que dividem
limitam

os muros
os que cercam cemitérios
e acumulam mortos sem culpa

talvez…

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