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Jundiaqui

 Um tipo (especial) de silêncio
30 de dezembro de 2018

Um tipo (especial) de silêncio

Por Wagner Ligabó

O fim de ano se aproxima e me causa uma esquisitice nas entranhas o fato de que mais uma página do livro de minha vida virou sem eu pedir e a sensação de que o folhear destas páginas está cada vez mais rápido, confesso, me assusta. É complicado olhar-se no espelho e não se reencontrar com a adequação desejada. Onde está o “eu” que gostaria de ver refletido? Mas é assim. A vida é assim.

Olho ao meu redor e a sensação do novo que está por acontecer me incomoda e quanto mais o tempo passa este incomodo fica mais evidente. Um silêncio envolve minha alma.

Sozinho na silenciosa grande sala, mergulhada em penumbra iluminada apenas pelo clarão da tela do computador, ouço apenas meu respirar e é nele que busco guarida ao olhar ansioso para trás do tempo, imerso em recordações. E é mexendo um a um nos arquivos guardados na memória do computador que repentinamente me acalmo ao encontrar um lenitivo para esse momento de desassossego.

Uma injeção de animo. Me revigoro. Não é difícil ser feliz. Um vídeo com todos bem mais jovens e alegres de fato. Em êxtase. Ainda podemos ser assim?

Na cena eu, meus amigos de banda (alguns queridos que já se foram e me alerta que viver bem cada pedacinho da vida vale a pena) e uma plateia entusiasmada de riso fácil. Nada mais compensador que ver pessoas felizes de maneira sincera.

Volto a 2007 no memorável show beneficente no Polytheama com a minha banda NEP, o solerte “Não Estamos de Plantão” executando a música “There’s a kind of hush” que traduzida diz “Há um tipo (especial) de silêncio”. Olho fixo para a tela, vejo a alegria da apresentação, a magia espalhada no ar, me resigno e pergunto: por que temer o futuro? Vou descomplicar: o futuro a Deus pertence e ponto.

A letra da canção me lembra que nem todo silêncio traduz circunspecção, medo, desapontamento, raiva ou tristeza. Pode traduzir sim alegria, paixão, e é disso que preciso para encarar o que vem por aí!

E me atenho então num dos versos desta melodia radiante: “Há uma espécie de silêncio por todo o mundo essa noite/ Por todo o mundo, pessoas como nós caindo de amor”. Este é o segredo!

É isso. Que venha 2019. Que chegue de mansinho e em silêncio. Espera-se muito de você. E de nós também!

Wagner Ligabó é médico e vereador

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