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Jundiaqui

 Chega de discriminação!
13 de outubro de 2020

Chega de discriminação!

“Invólucro” traz a arte impactante e que pede reflexão de Cristiane Suiter

Sacolas de papel pardo e caixas de papelão abertas estão espalhadas pelas paredes da Pinacoteca de Jundiaí. E por um ótimo motivo: servir de grito de alerta. Trata-se do projeto “Invólucro”, da artista plástica Cristiane Suiter e que coloca o observador na pele do outro, daquele ferido e sofrido pela discriminação.

A ideia veio a partir de uma pesquisa do Datafolha, de dezembro de 2019, que mostra o aumento da percepção do preconceito entre os brasileiros na última década. Um a cada três brasileiros disse que já foi vitima de discriminação por sua classe social, cor da pele, orientação sexual, etnia, idade, deficiência, aparência, local onde vive, religião ou gênero. Esse grito dos marginalizados é que se vês nos desenhos de Cristiane.

“O nome do projeto simboliza o corpo, que é visto apenas como um invólucro pelo discriminador como uma razão para demonstrar sua intolerância preconceituosa. Ele não consegue ver que há um ser humano ali dentro”, diz.

As embalagens e sacolas foram escolhidas propositalmente para mostrar nossa fragilidade. Elas foram desenhadas com rostos feitos em giz e carvão, material sujo, que deixa marcas nas vítimas, acompanhados de frases tiradas de relatos da internet, sem mencionar a qual o tipo de preconceito se referem. “As frases são escritas desalinhadas, jogadas, algo ruim de se ver visualmente, exatamente como soa quando saem da boca do discriminador. E olhando de perto, percebe-se que a frase foi reescrita várias vezes no mesmo lugar, reforçando o preconceito de todos os dias”.

De cada obra sai um fio de linha vermelha simbolizando o sangue, ou seja, a dor que essas frases causam na identidade dos indivíduos que a escutam, interferindo em suas dinâmicas psicológicas. Esses fios vão até o chão “atrapalhando” a circulação do público – ainda impedido de frequentar a Pinacoteca por conta da pandemia do novo coronavírus.

Cristiane completa: “O tema da exposição procura considerar a reformulação futura das atuais condições do problema, utilizando a arte como oportunidade de amadurecimento social, ultrapassando inclusive o tempo de duração do projeto. O objetivo é que o espectador reflita sobre as consequências que o preconceito produz no ser humano e saia mais consciente do seu papel na sociedade. E chega de discriminação!”

Confira a exposição virtual

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