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 Jundiaiense lança livro com reflexões sobre religião, política e bolsonarismo
24 de julho de 2020

Jundiaiense lança livro com reflexões sobre religião, política e bolsonarismo

“E a Verdade os Libertará”, autoria de Ricardo Alexandre, entra em pré-venda por R$ 44,90

Com lançamento para 10 de agosto, o livro “E a verdade os libertará: Reflexões sobre religião, política e bolsonarismo” entra em pré-venda pelsa Amazon nesta sexta-feira (24). O autor é o jornalista jundiaiense Ricardo Alexandre, com mais de 25 anos de experiência e escritor que venceu em 2010 o Prêmio Jabuti.

O cenário para o livro é o Brasil de junho de 2013 para cá, com as famosas manifestações de rua, passando pelos escândalos de corrupção revelados pela Operação Lava Jato, o impeachment da presidente Dilma Rousseff e a eleição do presidente Jair Bolsonaro, o que fez o grau de polarização na igreja e na sociedade aumentar e abalou amizades antes duradouras e relações familiares outrora consistentes que parecem longe de voltar à normalidade.

No livro, Ricardo Alexandre mostra que a eleição do presidente Jair Bolsonaro, em parte, pode ser atribuída ao apoio de parcela considerável do eleitor evangélico. Que razões motivaram essa tão acentuada inclinação política? É isso que tenta responder. O jornalista investigou as raízes desse movimento e a evolução da figura pública de Bolsonaro, desde as primeiras aparições como capitão de artilharia do Exército até sua atuação à frente do governo federal. Cristão, Ricardo valeu-se também das Escrituras como referência para avaliar a ação política do presidente da República e propor novos caminhos à igreja e à sociedade brasileira.

Ricardo Alexandre atuou em alguns dos principais grupos de comunicação do país – “O Estado de S. Paulo” e editoras Abril e Globo. Com esse são cinco livros. O mais famoso é “Nem vem que não tem”, biografia do cantor Wilson Simonal que lhe rendeu o Jabuti.

Eis um trecho do livro: “A verdade é um valor universal. Isso significa que não houve nem provavelmente haverá na história alguém que declarasse abertamente preferir a mentira à verdade, a infidelidade à fidelidade, o falso ao legítimo. É uma daquelas coisas que o escritor anglicano C.S. Lewis incluiria na ‘Lei da Natureza Humana’. Defender a verdade não chega a ser uma causa muito distintiva ― justamente porque não se espera que apareça alguém para debater em favor do outro lado. Assim, defender a verdade, enquanto conceito, não quer dizer muita coisa. A questão é conhecer a verdade. Ou, como perguntou Pôncio Pilatos durante o interrogatório que condenou Jesus à cruz: ‘Que é a verdade?’ (Jo 18.38)

Um versículo bíblico entrou no ambiente político durante a campanha presidencial de 2018: ‘E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará’. É um trecho de um debate entre Jesus e os religiosos de sua época, no pátio do templo de Jerusalém. O então candidato Jair Bolsonaro usou o versículo em praticamente todas as entrevistas que concedeu ao longo da campanha bem como depois de eleito, em geral quando compartilhava versões diferentes de fatos divulgados pela mídia tradicional. Embora um versículo da Bíblia constituísse claramente um aceno aos muitos evangélicos e conservadores que formaram sua base eleitoral, o uso que Bolsonaro faz desse texto não é religioso. Nele, o político está se apresentando como porta-voz da verdadeira verdade, da única versão digna de credibilidade.

Em setembro de 2019, por exemplo, na 74ª Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, diante de uma plateia de líderes internacionais, o presidente atacou, genericamente, ‘um ou outro país que embarcou nas mentiras da mídia’ e criticou a imprensa ‘comprada’ pelos ‘presidentes socialistas’ que o antecederam, os jornais que ‘mentirosamente’ noticiavam queimadas na Amazônia, a ‘ideologia’ que teria se instalado ‘no terreno da cultura, da educação e da mídia, dominando meios de comunicação, universidades e escolas’ no Brasil. E, depois de todos os ataques, nos segundos finais de seu discurso, arrematou com o já famoso versículo bíblico: ‘E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará’.

É o mesmo uso que já havia feito durante fala em uma sessão plenária do Congresso brasileiro em maio de 2016. Na época, Bolsonaro sofria uma ameaça de cassação de seu mandato como deputado federal. Ele havia dedicado seu voto de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff ao coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, o primeiro militar brasileiro condenado como torturador. Dilma foi torturada nos primeiros anos da década de 1970 e conta ter sido ameaçada de morte pelo coronel. Em 2016, Bolsonaro votou em favor do impeachment da petista ‘pela memória do coronel Ustra, o pavor de Dilma Rous­seff’. A seccional do Rio de Janeiro da Ordem dos Advogados do Brasil considerou aquilo ‘apologia à tortura’ e anunciou que encaminharia ao Supremo Tribunal Federal um pedido de cassação de seu mandato. Houve manifestações tanto de repúdio quanto de apoio ao deputado, então ligado ao Partido Social Cristão (PSC). Alguns dias depois, em fala na Câmara, Bolsonaro citaria o versículo: ‘Obviamente que a verdade é Jesus, é Cristo. […] Tenho usado muito esta tribuna, e a minha munição é a verdade, o que incomoda muita gente. Quero, neste momento, agradecer a manifestação de apoio que tive em várias cidades do Brasil, em especial no Rio de Janeiro, onde mais de trezentos pessoas compareceram em meu condomínio apoiando as nossas verdades. A verdade nos libertará’.

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