Por José Arnaldo de Oliveira

A cidade mantém uma relação intensa com a natureza em alguns de seus bairros. De aves a mamíferos, passando por rãs, veados e até onças, as histórias se espalham por áreas das bacias do rio Jundiaí-Mirim ou Capivari.

Um causo é contado por José Carlos Fernandes, o Bill, do Traviú, que lembrou ter visto há pouco uma paca. “Daquelas pintadinhas”, detalha. E também vê maritacas, tucanos, tatus, cachorros-do-mato, ouriços, saguis, além de passarinhos aos montes.

No Rio Acima, perto do São José da Pedra Santa, foi Mailson Zucatti que destacou o ninho de coruja na goiabeira e a presença de tatus, jaguatiricas e capivaras. “Meu pai certa vez estava caçando formigas, que fazem por prevenção, e deu de cara com um lobo do mato”, comenta.

Na Toca e na Roseira, quase na divisa com Jarinu e Itatiba, o produtor Gilberto Bardi Filho registrou recentemente a presença de um veado nas matas próximas aos sítios (foto abaixo).

No outro extremo da cidade, no Bom Jardim – quase na divisa com Itupeva – o casal Monise e Jonas Scocco lembra que até uma arara azul foi avistada entre beija-flores, tucanos, pica-paus e até os agora mais raros bugios, reduzidos no surto de febre amarela do dano passado. “E encontramos até um sapo enorme, acho que pode ser o cururu”, ela diz.

Na região do Horto, a família Saccomani já viu até onça. Mas o lado mais mágico, conta José Eduardo Barbosa, é o cotidiano de quem acorda às 4h ou 5h da manhã para colher uvas e outras frutas. “São momentos comuns como o tiziu pulando no mourão para cantar ou um martim-pescador capturando um peixe em alguma água”, diz.

O crescimento da área urbana avança, mas essas raízes da cidade seguem com importância renovada. A biodiversidade nesse convívio é algo que integra a vida do agricultor, como admite o gestor de Agronegócio, Eduardo Alvarez – ele próprio vivendo essa situação na Escola Técnica Benedito Storani, na região da Serra do Japi.

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