LOADING...

Jundiaqui

 Violão de Fábio Zanon marca vídeo espanhol com mensagem poética de paz
24 de junho de 2020

Violão de Fábio Zanon marca vídeo espanhol com mensagem poética de paz

Clássico “Concerto de Aranjuez” une violonista jundiaiense a 43 músicos de orquestra sinfônica

Da Agência Brasília

O violão virtuoso de Fábio Zanon marca vídeo a ser veiculado nas redes da Secec e de parceiros do governo da Espanha a partir deste final de junho. O violonista se junta a 43 músicos da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro para interpretar o clássico “Concerto de Aranjuez”.

Os primeiros arpejos de violão que abrem o segundo movimento da obra de Joaquín Rodrigo tocam o ouvinte com um misto de paz e melancolia. “Qualquer momento de dificuldade e incerteza encontra eco em determinadas músicas que nos permitem elaborar sentimentos de dor. O concerto de Rodrigo é um desses casos”, diz Zanon sobre fazer o solo em uma das obras mais populares do repertório clássico universal, no momento em que o mundo atravessa a pandemia de Covid-19.

Nascido em Jundiaí, com mais de 40 concertos e formação no Brasil e em Londres, Zanon se junta aos músicos da orquestra regida por Cláudio Cohen, para a produção de um vídeo com a joia da música erudita espanhola a pedido da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec), do Instituto Cervantes e da embaixada da Espanha no Brasil.

“Rodrigo foi muito feliz na concepção dessa peça num momento especialmente triste para ele, pessoalmente”, conta Zanon. O instrumentista se refere ao fato de que Aranjuez – que dá nome ao concerto para violão mais popular do século 20 – é a cidade a 50 quilômetros de Madri onde o compositor passara felizes momentos em lua de mel. Paradoxalmente, no momento da criação da peça, havia acabado de perder um filho no parto da esposa.

O contexto era o de ascensão do fascismo, referência que ganha legenda no VT pela alusão à tela “Guernica” (1937), de Picasso, um protesto da arte contra o bombardeio da cidade de mesmo nome, naquele ano, pelos nazistas na Guerra Civil Espanhola.

Cego desde a infância, Joaquín Rodrigo foi responsável por dar ao violão o status de um instrumento sinfônico, ensina Zanon.

“Até os anos 20, pairava um ponto de interrogação sobre o violão, que não era considerado muito apropriado para as salas de concerto – seja pelo pouco volume, pela falta de repertório ou porque tinha reputação duvidosa dada a sua popularidade”, acrescenta o solista, que já se apresentou nos principais teatros em mais de 50 países e é, segundo o regente Cláudio Cohen, “nosso principal violonista da atualidade”.

Zanon também fala da dificuldade que a obra representa para solistas do instrumento: “Exige do violonista a bravura que se espera da música espanhola, mas também uma certa elegância e estabilidade na interpretação. É uma obra muito encrencada, com escalas rápidas e alternância entre técnicas que desestabilizam umas as outras”.

O violonista, que já se apresentou com Yamandu Costa e cantores de todos os estilos – Claudia Riccitelli, Carole Farley, Rosana Lamosa, Rodrigo del Pozo, Toquinho, Ney Matogrosso e Maria Mulata, por exemplo –, anota que o concerto escrito por Joaquín Rodrigo também é complexo por beber, a um só tempo, nas fontes da música folclórica espanhola, dentro da qual pontifica o flamenco, e render tributo ao estilo neoclássico do século 18.

Obra de arte

“O Concerto de Aranjuez é uma das obras mais representativas da cultura musical espanhola, e o segundo movimento é admirado por ouvintes de todo o mundo. A interpretação de Zanon agrega ainda mais força a escolha desta belíssima obra”, diz Cohen.

Além do mais, acrescenta o maestro, “a música traz uma mensagem poética de paz e reflexão adequadas para este momento de isolamento social”.

Trompista da Sinfônica, Ellyas Lucas Souza e Veiga trabalhou três horas por dia na edição do VT, que contará com parcerias do Instituto Cervantes (mais de 25 mil seguidores, somados os perfis nas redes sociais – Facebook, Instagram e Twitter) e da embaixada da Espanha (quase 50 mil de seguidores no Facebook e Instagram juntos) para divulgar a gravação pelo mundo.

Leia mais sobre Fábio Zanon

 

Prev Post

A (des)construção da educação na…

Next Post

Jundiaí é terceira em prêmio…

post-bars

Leave a Comment