Candidatos brancos foram 48% no país e 75% em Jundiaí, onde conseguiram 17 de 19 cadeiras

Dos 19 vereadores eleitos no último domingo (15) em Jundiaí, 17 deles se declararam brancos nos pedidos de registro das candidaturas entregues à Justiça Eleitoral, quase 90% do todo. Um único dos eleitos se disse negro, Cícero da Saúde (foto no alto), e um outro pardo, Romildo Antonio (foto mais abaixo). Uma coincidência é o sobrenome Silva de ambos.

A proporção do número de candidatos pardos e pretos nas Eleições Municipais de 2020 alcançou um índice recorde de 49,9% em termos de Brasil, superando os 48,1% dos candidatos que se autodeclararam brancos para prefeito, vice-prefeito e vereador. O restante se dividiu entre amarelos, indígenas e os que não informaram raça/cor. Negros e pardos eram 47,76% há quatro anos.

Maioria em termos nacionais, em Jundiaí eles são minoria ainda a encarar o eleitorado, afinal foram 74,95% os que colocaram a opção branco(a) na hora da inscrição, somando 368 candidatos. Pretos foram 52 e pardos, 71.

O TSE passou a coletar dados do quesito cor/raça dos candidatos a partir das eleições de 2014. O mesmo ainda não acontece com o eleitorado. Por enquanto só dá para saber sexo, idade, renda e escolaridade de quem vai votar.

Este ano, uma novidade foi a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de que os partidos políticos reservassem, de forma proporcional, verba do fundo eleitoral de financiamento de campanha entre os postulantes negros e brancos, uma tentativa de garantir mais equidade na disputa. Aqui, como se vê com dois únicos eleitos, não foi o suficiente. Quem sabe em 2024…