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Jundiaqui

 Pátria de chuteiras
14 de junho de 2018

Pátria de chuteiras

Por Wagner Ligabó

Ontem ao ir para meu consultório me deparo, bem ali no final da avenida 9 de Julho, um enorme prédio (aliás duas torres gêmeas) abandonado com uma imensa bandeira do Brasil desfraldada quase até seus pés. Algo imponente!

Mas o que aquela imagem ali simbolizaria no atual momento do nosso país? Imediatamente associei a imagem ao Brasil de hoje, sem pôr nem tirar.

Somos exatamente aquilo: uma imensa estrutura abandonada ao Deus dará, sem ninguém a tomar conta devido a um governo alienado e perdido, corrupto e inconsequente, permitindo que “pichadores” façam deste Brasil o que bem entenderem. Uma enorme estrutura pujante abandonada ao relento e ao descaso dos governantes e seus tentáculos chupins.

Aquela enorme bandeira poderia ser o grito de redenção, o reflexo do nosso patriotismo, exigindo um Brasil melhor, exigindo providências para que aquela edificação fosse tratada com seriedade e compromisso, mudando para o “agora vai na marra” ficando pronta para ser habitada. A analogia é perfeita. O Brasil merece esta luta. Ali é o exemplo.

Mas não! A atitude da colocação do bandeiraço só serviu para demonstrar que estamos com o Brasil sim, não como país, mas com o desejo da chance de sermos um país campeão, infelizmente, só que no futebol.

Como dizia o saudoso Nelson Rodrigues continuamos a ser uma irresponsável pátria de chuteiras.

Minha análise sincera e até constrangedora sabe qual é ?

Apesar do selecionado de futebol ser bom e o técnico merecedor de crédito, pelo momento que o Brasil atravessa não merecemos ser campeões de absolutamente nada. Já basta sermos campeões em corrupção, analfabetismo, falta de saneamento, obras inacabadas, escândalos e índice de homicídios, isto só para citar alguns exemplos.

Meu sonho era que aquela enorme bandeira significasse o início de um novo Brasil e não é através de jogos de bola que isso irá acontecer. E tem mais: caso não se conquiste a Copa do Mundo nenhum daqueles nossos jogadores ficarão mais pobres, podem ter certeza.

E se o time for campeão o que mudará na sua vida além da alegria momentânea da conquista? Vai aumentar a oferta de emprego? Vai diminuir seus impostos? Nada disso meu caro! Amanhã será uma sexta-feira igual às outras!

Sonho pela hora do “acorda Brasil”, aquele momento democrático de um povo heroico com brado retumbante…

Pra frente Brasil!

Wagner Ligabó é médico cardiologista e vereador

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