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Jundiaqui

 Indicadores municipais de biodiversidade
1 de janeiro de 2021

Indicadores municipais de biodiversidade

Por José Arnaldo de Oliveira

O artigo sobre a presença de onças na região do Caxambu, na bacia do rio Jundiaí-Mirim, como um alerta para o monitoramento da biodiversidade em Jundiaí, levou a diversas reações de leitores (se não viu, leia aqui).

Uma delas foi a ideia de construirmos indicadores sobre isso, como outros iniciados pelo observatório municipal.

Uma referência mundial para indicadores de cidades na CDB (Convenção da Diversidade Biológica), que atende a preocupações cotidianas de muitos de nós, é um modelo com 23 tópicos.

Indicador 1: Proporção de Áreas Naturais no Município
O cálculo é simples. Somam-se áreas naturais, restauradas ou naturalizadas e divide-se pela área total do município.

Indicador 2: Medidas para Conectividade ou Redes Ecológicas na Fragmentação
O cálculo é mais complexo e envolve a distância entre fragmentos (acima de 100 metros) e as barreiras como rodovias ou avenidas de largura maior de 15 metros (ou com altíssimo trânsito), ferrovias movimentadas, represas ou construções pesadas (como grandes áreas fechadas).

Indicador 3: Biodiversidade Nativa nas Áreas Construídas (Espécies de Aves)
A quantidade de aves urbanas é menor que nas matas, mas pode ter espaços e orientações que elevem essa presença para mais de 60 espécies.

Indicadores 4 a 8: Mudanças no Número de Espécies Nativas
Cada cidade deve encontrar suas espécies características em cinco grupos taxonômicos – a exemplo de plantas vasculares, aves e borboletas considerados como núcleo. A implantação de dados e método pode tomar alguns poucos anos. A
pontuação, claro, tem foco na ampliação das espécies.

Indicador 9: Proporção de Áreas Naturais Protegidas
Aqui, mais específica, é a proporção das áreas naturais legalmente protegidas.

Indicador 10: Proporção de Espécies Invasoras
O levantamento dá trabalho mas a conta final é simples: o número de espécies alienígenas invasoras é dividido pelo número de espécies nativas.

Indicador 11: Regulação da Quantidade de Água
Esse cálculo também é racionalizado. Divide o total de áreas permeáveis pela área total do município.

Indicador 12: Regulação Climática: Estoque de Carbono e Efeito Resfriador da Vegetação
O nome é longo mas o cálculo é simples de entender. Divide-se a área total de cobertura de copa de árvores pela área do município.

Indicadores 13 a 14: Serviços Recreacionais e Educacionais
É a soma de área de parques com áreas naturais protegidas dividida para cada
1.000 habitantes. E a proporção anual de visitas do total da educação formal por crianças de até 16 anos.

Indicador 15: Recursos Alocados em Biodiversidade
A fórmula é do total destinado ao tema dividido pelo orçamento total do município. Pode incluir, com critérios, também investimentos privados.

Indicador 16: Número de Projetos de Biodiversidade Implementados por Ano
Número de projetos, possivelmente em parceria com sociedade civil ou empresas. Algumas cidades usam as categorias relativas a biodiversidade e relativas a serviços ecossistêmicos.

Indicador 17: Políticas, Regras e Regulações – Existência de Plano de Ação da Estratégia de Biodiversidade Local
Não precisa usar esse nome, mas ter ligações conceituais com as iniciativas gerais da Convenção da Diversidade Biológica.

Indicadores 18 e 19: Capacidade Institucional
Aqui o foco está no número de funções relacionadas ao tema, como centro de biodiversidade, jardim botânico, jardim ou museu zoológico, herbário, insetário, etc, e o número de agências públicas atuantes nesse campo.

Indicadores 20 a 21: Participação e Parceria
O cálculo aqui é maior pontuação em mais rotineiro processo de consulta pública em ações que envolvam a biodiversidade. E o número de parcerias em que a cidade tem com agências, empresas, ONGs e órgãos internacionais nesse tema.

Indicadores 22 e 23: Educação e Consciência
O primeiro considera a presença da biodiversidade e seus aspectos como o conhecimento tradicional associado no currículo escolar. O segundo é o número de eventos de conscientização internos e públicos realizados ao ano.

QUATRO INICIAL DE DADOS
• Localização e tamanho
• Clima
• Divisas
• Características físicas
• População
• Economia
• Biodiversidade
• Websites Relevantes

O modelo é apontado como efetivo em Cingapura e indicado pela CDB. E já temos outros testes no Brasil. Mas é preciso lembrar que Jundiaí é mais que urbana – também serrana e rural – e reconhecida como área de proteção ambiental.

Porém, pode usar essas ideias claras para gerar um espaço participativo e adicionar coisas como a memória social da biodiversidade, como ocorrer aos veteranos nesta época com o besourinho de natal.

Estou pensando em colocar essa como uma de minhas metas de 2021…

sincronic.jao@gmail.com

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