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Jundiaqui

16 de agosto de 2018

Marionetes ou anjos? Objetos abjetos?

Por Cláudia Bergamasco

Puta não tem voz, não tem vez
Puta é só uma puta
Não tem passado
Não tem infância
Não tem inocência
Nunca teve
Puta não tem futuro
Puta só tem o agora
Recebe, faz e vai embora
Puta não tem sentimentos
Não tem coração
Não tem mãe nem família
Puta é apenas um objeto
Abjeto
Momentos
Puta não pode ter o “luxo” de ter sentimentos
Nem pode sentir dor no coração
Não pode amar
Nunca é amada
Puta é só uma puta
Um estepe para um momento
Uma ou duas horas para quem paga – ou nem paga
Um ouvido para os problemas
Problemas sobre o trabalho, do dia-a-dia
Problemas com a mulher oficial
Passado esse momento, a puta volta a ser apenas uma puta
Sem rosto
Sem corpo
Sem coração
Sem sentimentos
Sem calor
Um ser gelado e rejeitado
Nem humana é
Apenas um objeto
Abjeto
Usa-se e joga fora
Ignora-se
Ela, a puta, tem fendas no coração
Essas fendas fazem parte da vida
E elas estarão sempre lá
Seja numa puta ou num anjo ou em você
A puta, no entanto, mostra essas fendas aqui e ali
Numa emoção não contida aqui e ali
Escancara vez em quando
Os outros escondem
Mas não das putas
Elas sabem tudo
Essas putas, meretrizes, quengas
Piranhas, mundanas, vadias
Vacas, piriguetes, molambentas
Mulheres da vida, mulheres perdidas
Devassas, promíscuas, mulheres de esquina
Messalinas, pecadoras
Marionetes? Ou anjos?
Oh, essas santas que salvam vidas e casamentos
Serão elas necessárias à sociedade?
Lógico!
Sem puta não existe equilíbrio
Reflexão
Explore a puta, explore seu corpo
Lave a alma com uma puta
Anjos abjetos
E viva em paz!

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