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Jundiaqui

 Natura e IAC descobrem novo perfume na natureza
15 de agosto de 2019

Natura e IAC descobrem novo perfume na natureza

Foram 13 anos de pesquisa até que a parceria rendesse grandes novidades

Entrar na mata e sair com perfumes novos. Entre um ato e outro, nada menos que 13 anos de pesquisas. Esta é a história da parceria entre o Instituto Agronômico (IAC) e a Natura, maior multinacional brasileira de cosméticos, ambos com unidades em Jundiaí.

Uma imersão na biota na Mata Atlântica realizada pela equipe do IAC juntamente com a Natura, iniciada em 2006, buscava espécies nativas com potencial aromático nesta que é uma das regiões mais ricas da biodiversidade – incluindo, em sua área, a Serra do Japi. Desse robusto projeto, que atuou na vocação brasileira de uso da biodiversidade com conservação ambiental, nasceram os perfumes Química do Humor e Urbano Noite, lançados pela Natura agora em 2019 e outro em 2018, respectivamente.

Essas fragrâncias, inéditas na perfumaria mundial, trazem pela primeira vez o óleo essencial de Piper, uma pimenta da Mata Atlântica. No perfume Urbano, a abordagem é de uma marca jovem da Natura com uma fragrância marcada por notas vibrantes, modernas e aromáticas com a pimenta trazendo um toque de ousadia e personalidade única. Já no perfume Química do Humor, uma marca descontraída também voltada ao público mais jovem, o ingrediente entra para trazer contraste e agregar uma experiência surpreendente ao lado das notas de romã, fruta explosiva e afrodisíaca, de acordo com o time de ingredientes da Natura.

Das primeiras prospecções, realizadas ainda nas reservas existentes nas áreas do IAC e nos polos regionais da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), presentes em municípios paulistas, até a etapa em que os óleos essenciais foram transformados em produto, vários estudos foram conduzidos.

Sob a liderança de Márcia Ortiz Mayo Marques, pesquisadora do IAC – da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo – o estudo foi conduzido de modo a auxiliar às indústrias de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos, que buscam tecnologias sustentáveis para o manejo adequado da flora aromática nacional. Segundo Márcia, é necessário conhecer as espécies de plantas e seus potenciais, além de saber cultivá-las.

A espécie que deu origem aos perfumes recém-lançados é cultivada. Segundo a pesquisadora, após o estudo desenvolvido com financiamento da Natura, foi transferida para a empresa a tecnologia de cultivo. “Apesar de a espécie utilizada ser abundante, fizemos o cultivo justamente para preservá-la”, diz Márcia. Nas pesquisas também foram descobertas outras espécies promissoras, todas repassadas à empresa, e o projeto em parceria foi concluído.

Em 2014, o IAC esteve entre os premiados pela empresa, maior fabricante brasileira de cosméticos, no Programa Qlicar. O reconhecimento foi feito pela bioprospecção de ingredientes. “Em 2010, também já havíamos recebido outro prêmio pela pesquisa, o que mostra o reconhecimento desse estudo que resultou em um produto nacional”, diz a pesquisadora, que continua estudando plantas nativas do Cerrado.

O início em 2006 – As pesquisas do Instituto Agronômico sobre espécies nativas ganharam reforço em 2006, quando o IAC conquistou recursos para pesquisas sobre biodiversidade dentro do primeiro edital da Natura em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado de São Paulo (FAPESP).

Estas pesquisas incluíram análises químicas, olfativas, genéticas, taxonômicas e a fisiologia das plantas, além da propagação das espécies selecionadas com potencial olfativo — todas nativas da Mata Atlântica. As informações resultantes viabilizam o uso sustentável das espécies, sua domesticação e cultivo, eliminando o impacto do extrativismo predatório. “A exploração comercial desses recursos genéticos deve levar em conta, além do fornecimento contínuo dos óleos essenciais, a fundamental conservação dos ecossistemas”, diz.

Sem conhecimento científico, podem ser perdidas oportunidades da adoção sustentável da riqueza natural brasileira, composta por mais de 55 mil espécies catalogadas, de um total estimado entre 350 mil a 550 mil. “Temos no Brasil a maior diversidade vegetal do mundo, com possibilidades de fontes de corantes, óleos vegetais, gorduras, fitoterápicos, antioxidantes e óleos essenciais para os setores de produção”.

Este é um exemplo de parceria em que a empresa e o instituto de pesquisa colaboraram em projeto de longo prazo para o desenvolvimento de novas tecnologias e produtos capazes de gerar impacto positivo por meio de renda e qualidade de vida, ao mesmo tempo, promovendo a conservação do patrimônio genético em padrões de sustentabilidade e segurança para uso e consumo humano.

A Natura mostra também, na prática, que uma das maneiras de alavancar o desenvolvimento do país é o investimento em ciência e tecnologia.

Em Jundiaí, o IAC tem as unidades do Centro de Frutas e do Centro de Engenharia e Automação (CEA).

* Com informações da Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo

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