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Jundiaqui

 Robertinho das Pombas é figura icônica das ruas de Jundiaí
7 de dezembro de 2021

Robertinho das Pombas é figura icônica das ruas de Jundiaí

JundiAqui conta um pouco da história desse aniversariante de 7 de dezembro

Edu Cerioni

Robertinho das Pombas é visto como uma espécie de duende de nossas ruas. Nascido Roberto José Caleffo, o baixinho de longa barba branca, de olhar penetrante, brinco na orelha e tatuagens é um personagem marcante da nossa história. E o 7 de dezembro é dia de festejar e mandar boas vibrações a esse jundiaiense de 75 anos que está recolhido por conta da saúde debilitada.

Robertinho é um sujeito de ação e de poucas palavras, mas contou que foi ameaçado e até apanhou por alimentar pombos, que já foi multado pela Prefeitura Municipal, mas por outro lado que é sempre cercado de carinho por muita gente. Lembrou ter sido defendido pela Uipa e que teve o privilégio de ser homenageado por uma multidão de jovens no desfile de 2015 do Bloco do Loki.

Naquele Carnaval do Loki a letra do samba dizia: “Desde a eternidade, alimentando todas as pombas da cidade. Pergunte para sua vó, pra sua mãe, pro seu tio, quem é que nunca viu? Seja no Centro, Vianelo ou Ponte Torta, uma cagada na cabeça não importa. Dedicação como essa eu nunca vi, na terra da uva e das pombas, Jundiaí. Robertinho é dose, cuida das pombas quer você goste ou não goste. E que se foda a zoonoses!”.

Reverenciado em samba, Robertinho gosta mesmo é de rock’n’roll. E exibe sempre suas tatuagens. Tem um mago desenhado no braço esquerdo e o símbolo da Sociedade Alternativa no direito.

O amor pelos pássaros vem de berço. O pai tinha muitos canários da terra, que encantavam Robertinho, o mais velho, e seus cinco irmãos. Um dia seu Hermínio comprou uma quirela em pedaços maiores e a deixou de lado e foi aí que Robertinho espalhou o milho para pombas. Nunca mais parou.

Nessa época ele ainda morava na rua União, Vila Jundiainópolis. Depois mudou para o Anhangabaú e dali para o Centro, em 1957.

É no Centro, no Vianelo, na Vila Arens que ele foi criando o mito das ruas ao alimentar pombos por diferentes ruas e praças. Comprava no Tonolli, em frente da antiga rodoviária e hoje Terminal Central do Situ, caminhando pra cá e pra lá com o saco de milho escondido em uma bolsa. E ia sempre mudando o percurso para evitar pessoas que não aprovam sua atitude, com medo de doenças que essa aves podem transmitir e até de seus piolhos.

Se há esse tipo de reação negativa, há também a positiva. Durante nosso papo na praça da Ponte Torta tempos atrás, dois motoristas de carros que passavam pela rua José do Patrocínio gritaram em apoio ao Robertinho. Ele contou ter muita gente que quer lhe dar dinheiro para ajudar a comprar milho, mas nunca aceitou. Usa parte de sua aposentadoria para bancar a extravagância.

Robertinho trabalhou em diferentes escritórios de empresas da cidade, como na Sifco por 20 anos, seu último registro em carteira profissional- passou por fábricas de blocos, de conservas e de móveis.

Pensou em cursar Direito, mas não deu certo. Fez o primeiro ano de faculdade no Anchieta, mas de Biologia, motivado pelo amigo e professor Freddy. Desistiu. Estudou administração no Colégio Rosa, isso depois de um ano no Colégio Técnico de Jundiaí. O ginásio foi no Instituto de Educação.

Lembrou ter tirado habilitação para dirigir, mas que desde 2005 não pega no volante de um carro. Vai de carona com amigos para festas e shows, como os do Rock Seixas, ou a pé para distribuir comida aos amigos de asas.

No Facebook tem até uma postagem que brinca sobre a ausência de Robertinho das Pombas nas ruas, veja:

As fotos são de Edu Cerioni em diferentes lugares e anos…

 

 

 

 

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