Familiares de três mortos tiveram forças e sensibilidade para ajudar a melhorar a vida de outras pessoas

Jundiaí entra na vida de até 16 pessoas de todo o Brasil que estão recebendo doações de coração, pulmão, rim, córnea e outros de três pessoas que tiveram morte encefálica nos últimos dias. Isso graças à família de um jovem de 17 anos, a de uma mulher de 50 anos e de um homem 44 anos.

Na madrugada desta terça-feira (29), ocorreu mais uma captação de órgãos no Hospital de Caridade São Vicente de Paulo. Desta vez, a família da paciente Cleusa Pereira dos Santos, 50 anos, que teve um AVC, autorizou a doação de rim, fígado e córneas.

A filha, Ana Carolina Santos contou que a mãe nunca conversou sobre o interesse em ser doadora. “O que impactou na minha decisão e de meu pai é que ela era uma pessoa muito boa e faria o mesmo se fosse eu no lugar dela. Por isso acredito que tomamos a decisão correta”, afirma. “É uma grande tristeza para nossa família, mas ao mesmo tempo o sentimento de salvar outras vidas é bom e, se pudéssemos, gostaríamos até de conhecer as pessoas que irão receber os órgãos”, diz Ataíde Junior Medeiros Santos, 51 anos, marido da paciente. Mas essa é uma informação confidencial.

Já a família de Matheus Antônio Alves, de 17 anos, que morreu três dias depois de cair de uma escada na casa da avó, em Campo Limpo Paulista (SP), e bater a cabeça, autorizou a doação de fígado, rim, pâncreas, ossos, coração e pulmão – este último, após uma ‘força-tarefa’ sexta-feira (25).

O caso mais recente ocorreu na madrugada desta quarta-feira 30), com a captação dos rins, cujo paciente de 44 anos foi vítima também de um AVC – hemorrágico. A família prefere que não seja divulgado o nome do doador.

Agora já são oito captações de órgãos de 2020 no São Vicente, totalizando 33 órgãos captados. Cada um dos órgãos doados tem um tempo de isquemia, que é o período em que pode permanecer fora de um corpo e ser transplantado em outro. O rim, por exemplo, é de 48 horas, fígado de 6 horas e as córneas, 7 dias.