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Jundiaqui

 Uma tragédia que pode melhorar o planeta
22 de abril de 2020

Uma tragédia que pode melhorar o planeta

Por José Arnaldo de Oliveira

O coronavírus chamado Covid-19 parou o mundo – mesmo que alguns dos 7 bilhões de seres da espécie humana tentem pensar que é uma farsa. Mas a tragédia tem causado, por exemplo, a redução de poluentes na atmosfera de grandes cidades em todos os continentes.

Isso não diminui o medo, a desigualdade, o luto. Porém é preciso que olhemos além da incerteza social, econômica e individual para superarmos o limite egoísta do antropocentrismo. Para o planeta, essa parada mostra benefícios.

O Dia da Terra, criado em 1970 nos Estados Unidos, é uma celebração em 22 de abril que se soma ao Dia do Meio Ambiente em 5 de junho e ao Dia da Primavera em 23 de setembro como dias de focar nessa nossa relação com o meio natural. Devemos colocar o vírus, como uma zoonose, dentro desse campo.

Afinal, seguimos fazendo bancos com árvores milenares. Mudamos tanto os materiais físicos para plásticos, metais ou gases que nossa era já é batizada de Antropoceno. Os estudos internacionais do IPBES apontam para 1 milhão de espécies vivas ameaçadas de extinção. Desprezamos conhecimentos de culturas indígenas e tradicionais. Os efeitos surgem.

Fazemos da tecnologia um totem em si, mas o determinante vai ser os valores que guiarão a retomada após o luto das perdas. Se vamos ser mais solidários ou mais bárbaros, também lidaremos com o ambiente de forma parecida.

A economia não existe fora antes da fonte – os recursos naturais mantidos ou predados – e depois do destino – o bem estar de poucos ou todos.

Essa tragédia pode ser uma chance de um rumo mais claro. Ou do caos. Por enquanto, o planeta em si está melhor. Dizem alguns que não é possível uma humanidade saudável com um planeta doente.

Desde que minha mãe Helena Travalim de Oliveira me mostrou um lago no alto da Serra do Japi eu, então aos quatro anos de idade, passei a admirar o processo da vida natural e sua relação nem sempre positiva da vida humana. Depois vieram os mestres, na teoria e uso da ciência ou nos etnosaberes da tal sociobiodiversidade.

Então, enquanto sinto o medo por mim e por todos que amo, amei e admiro, não consigo deixar de ouvir os sons da natureza levemente se recuperando.

Neste Dia da Terra, penso no popular poema de Quintana dizendo “os homens atrapalham meu caminho/mas eles passarão/e eu passarinho”.

Que possamos aprender algo bom para corações e mentes.

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