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Jundiaqui

 Dia da Mulher
8 de março de 2018

Dia da Mulher

Por Kelly Galbieri

Engraçado como este tema sempre me instigou. Algumas mulheres foram marcantes em minha vida. E não digo as mulheres com as quais convivi ou que fizeram algo apenas por mim; digo aquelas que fizeram pela humanidade.

Vou tentar me lembrar de algumas delas. Claro que vou me esquecer de tantas outras importantes, mas estas certamente figuraram no imaginário de muitas outras mulheres como “aquela que eu queria ter sido”.

– Anita Garibaldi (1821-1849) – Corajosa, esta mulher é lembrada por todos quando se fala de grandes nomes femininos. Aprendeu a empunhar espadas e armas de fogo para estar ao lado do amado e participar dos combates. Exemplo de ousadia, de amor, de paixão, de liderança.

– Chiquinha Gonzaga (1847-1935) – Era pianista, compositora e maestrina. Trocou o casamento pelo piano. Imagino o que foi esta mulher para o seu tempo. O quanto foi discriminada e ainda assim enfrentou.

– Madre Teresa de Calcutá (1910-1997) – Esta mulher dedicou sua vida aos pobres. Além de donativos, levava palavra amiga e mãos prestativas aos necessitados. Pura doação. Abriu mão da sua vida para viver a vida dos irmãos.

– Zilda Arns (1934-2010) – Médica pediatra e missionária. Esteve por 25 anos à frente da Pastoral da Criança. Morreu depois de ministrar uma palestra em Porto Príncipe. Foi atingida por um terremoto. Fatalidades que não se explicam.

– Anna de Assis (1872-1951) – Como fiquei impressionada à época com a história vivida por esta mulher. Casada com Euclides da Cunha se apaixonou pelo cadete Dilermando de Assis. Vida cheia de amores e desilusões, tristezas e paixões. Mas uma vida intensa, uma vida que me comoveu e que não consigo esquecer.

– Roberta Close (1964) – Modelo, nossa mulher trans mais conhecida nos anos 80. Saiu de casa aos 14 anos de idade graças ao preconceito que sofria dos próprios pais. Depois de conseguir fazer a cirurgia de readequação de gênero e de conseguir mudar seu nome, em 1993 se casou e vive até hoje na Suiça, feliz com seu marido. Grandes conquistas que a comunidade LGBT luta até hoje.

– Cássia Eller (1962-2001) – Cantora, compositora. Corajosa, deixou a família para tentar o sucesso e se mudou para Belo Horizonte, trabalhando como servente de pedreiro. Eleita 18ª maior voz pela Revista Rolling Stone Brasil. Adorava sua ousadia e sua voz. Senti muito sua morte que foi cheia de preconceito e insinuações infundadas.

E tenho tantas outras mulheres a lembrar. Creio que algumas pessoas lerão estes nomes e dirão que não posso colocar no mesmo balaio nomes tão distintos, personalidades tão diversas. Mas explico…

Estas todas sou eu. Sou geminiana, então tenho todas essas mulheres dentro de mim: aquela que tem vontade de abrir mão da própria vida para me doar às causas humanitárias pelo mundo, mas que no dia seguinte tem vontade de fazer tudo por um amor, pelas filhas e ainda ter a coragem de assumir qualquer postura diante da sociedade conservadora como todas estas mulheres que apresentei.

Acho que estes nomes mostram à nós, que a coragem é uma característica inerente a algumas e, de uma maneira ou de outra, aprendemos com a bravura e com as conquistas que elas trouxeram a todas as outras. Se não fossem mulheres como estas onde será que estaríamos? O que será que teríamos conquistado?

O importante mesmo é valorizar e não esquecer cada uma delas, cada conquista realizada pela luta enfrentada e que nos coloca neste lugar de destaque!

FELIZ DIA DA MULHER A TODAS NÓS QUE NOS SENTIRMOS MULHER!

Kelly Galbieri é advogada e assessora de Políticas para a Diversidade Sexual de Jundiaí

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