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Jundiaqui

 Meu caro Amigo!
18 de novembro de 2020

Meu caro Amigo!

Vera Vaia traz recordações sobre o saudoso Picôco Barbaro, neste 18 de novembro, dia de seu aniversário

Oi, Picôco!

Tô passando aqui pra dizer que me lembrei do teu aniversário e também pra te contar umas coisas.

Bom, aquele almoço dos amigos aniversariantes do mês de novembro, como você já sabe, não acontece mais desde a partida do Sandro.

Por um bom tempo a gente comemorou o aniversário do Mike Mattar, do Inos Corradin, do Wagner Ligabó, o teu e o da minha mãe, mergulhando num panelão de vatapá. A sobremesa ficava por conta do bolo que a cada ano era maior para poder receber aquele monte de velas que representavam a soma das idades.

Mas vocês começaram a ir embora, e o almoço começou a miar. Primeiro foi o Mike, depois o Sandro e no ano seguinte, você.

Tenho muitas saudades dos bate-bocas dominicais à mesa, entre o Mike e o Sandro. Um corintiano roxo e o outro palestrino da gema. Senti muito essa primeira baixa nos encontros dos aniversariantes, mas ainda assim seguimos comemorando.

Ontem foi o aniversário do Ligabó, mas como a pandemia tá rolando solta (não sei se vocês ficaram sabendo que tem um vírus maledeto espalhado pelo mundo, que tá fazendo um estrago e tanto por aqui), nem um tim-tim com um belo espumante pudemos fazer. Mas tá tudo bem com ele e com sua família. O Wagner continua firme e forte cuidando dos corações mais cansados daqui da terrinha.

No sábado foi o do Inos. Preparei uma baciada de pera em calda que ele tanto gosta, e ontem fui levar lá… Esse foi o meu presente, mesmo porque não saberia que outra coisa dar a ele. O que quer que fosse ficaria extremamente insignificante diante da grandiosidade da sua obra.

E, sabe, no alto dos seus 91 anos, continua pintando como sempre. Seu corpo apresenta alguns sinais dos tempos, poucos porém, e nada que o impeça de continuar presenteando nossos olhos com aqueles palhaços malabares e suas bolas coloridas.

A cabeça está devidamente no lugar. Sua conversa inteligente com pitadas de ironia, presenteiam nossos ouvidos.

E agora no Dia da Bandeira, vamos comemorar o centenário da Margarida, acredita? Ela continua a mesma, com aquelas tiradas que você sempre gostou de ouvir e de contar por aí. A tua preferida era aquela do sinal da cruz, lembra? Ela no banco do passageiro, eu dirigindo e contando alguma coisa, não me lembro o quê, mas algo que certamente provocaria uma interjeição de espanto como resposta. Não deu outra: ela, católica e, digamos, um pouco distraída, ao passar na frente da igreja fez o sinal da cruz ao mesmo tempo em que soltou um sonoro putaqueopariu! Você rachava o bico com essa história e sempre me pedia pra repetir.

Ela está bem, anda com um pouco de dificuldade, mas tá perfeitamente lúcida. O bastante para criar encrenca com suas acompanhantes.

E assim vamos levando a vida, Picôco. Sobre política nem vou falar nada porque você vai contar pro Sandro e pro Mike, e eu não quero que vocês se aborreçam com esses assuntos desgastantes. É muita mutreta.

No mais, aqui na terra tão jogando futebol, tem muito samba, muito choro e rock’n roll, uns dias chove noutros dias bate sol, mas o que eu quero lhe dizer… ah, deixa pra lá!

Fiquem em paz! Beijos a todos!

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