Por Jorge Reis Tarcísio

Se existe um município onde a comunidade negra não pode reclamar da instituição de politicas públicas para promoção da igualdade racial é Jundiaí! Aqui temos várias leis, diretrizes e ações concretas que foram pioneiras e serviram de base para outros municípios, estados e até para a União. O grande problema é a inércia da própria comunidade, que não consegue exercer seu papel e não tem representatividade política para intervir e fazer valer o cumprimento das leis existentes desde 1999.

Até 2012 foi possível dar visibilidade, e realizar ações que ajudaram, além do progresso social da comunidade, fazer valer as leis e diretrizes, mas a partir de 2013, passaram a ser leis para inglês ver!

Há legislações cujos cumprimentos são maquiados e sem eficácia porque, além da ocupação de cargos importantes serem feitas por conchavos políticos, passaram a ser compostos por pessoas sem conhecimento de causa, com egos exacerbados e que não aceitaram ajuda de quem pode fazer mais pela comunidade negra jundiaiense.

Tentaram criar coisas novas e deixaram de dar continuidade nas ações que deveriam ser tradicionais, tendo em vista que há leis instituídas em Jundiaí que estão esquecidas desde 2013 porque não há cobrança da comunidade, muito menos apresentação de propostas possíveis de serem concretizadas que visem, pelos menos, amenizar as problemáticas e principalmente deixar um legado para que nossos sucessores tenham uma base para dar continuidade futura.

Enquanto não nos conscientizarmos que governos trabalham sob pressão popular, intervenção e quando são provocados, coletiva ou juridicamente para que façam cumprir o que determinam as legislações, nada vai mudar. Governos trabalham mais e melhor principalmente quando se sentem seguros, protegidos e com confiança naqueles que propõem e executam as ações que os farão cumprir essa ou aquela lei.

Infelizmente essa segurança, os governos de Jundiaí não têm há muito tempo, pela irresponsabilidade e inércia da própria comunidade que está acomodada e asfixiada no seu próprio ego ou pelo desinteresse, incompetência e incapacidade de entendimento do quão perdido é o tempo quando não se exerce seus deveres para que seus direitos sejam respeitados.

Enquanto as leis e diretrizes não são cumpridas dentro de suas determinações jurídicas, a comunidade perde em progressos, avanços, e logo os governantes acreditarão que tais leis podem ser excluídas dos calendários ou transferidas para outras leis que lhes dê maior proveito, visibilidade e credibilidade politica perante a comunidade.

Jorge Reis Tarcísio é conselheiro fundador do Grupo Zama