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Jundiaqui

 Os amantes
8 de junho de 2020

Os amantes

Por Cláudia Bergamasco

Não há nada mais triste do que passar esse dia sem você, meu amor de sempre. Amantes de todos os tipos comemoram hoje o seu dia, o dia dos namorados. Estamos longe, eu aqui e você acolá, milhares de milhas distantes dos nossos beijos e abraços.

Leio poemas e ouço músicas e tudo me lembra você, amor meu. Li em algum lugar um artigo a respeito do amor. Dizia mais ou menos assim: o amor que sinto por você é estrangeiro, nem próximo nem o oposto do amor. É estrangeiro, um misto de raiva e gratidão. Você concorda?

Pensar em você é sentir meu corpo arder. Gostaria que nossa história não fosse exatamente assim, mas por alguma razão, ela, talvez, fizesse parte de mim desde sempre. Não, não é assim, é mentira. De muitas maneiras diferentes você me quebrou. Demorei a entender que o amor não é necessariamente o primeiro amor, mas que se apaixonar é e sempre será isso o que aconteceu comigo ao seu lado, diz o artigo que li em algum lugar e que me tocou fundo e reproduzo com minhas palavras aqui para você. O que aconteceu entre nós foi lindo, mas amar, como nos amamos hoje, com todos os nossos defeitos incluídos e mutuamente aceitos, é muito melhor.

Veja só, enquanto lhe digo essas palavras pequenas bolhas de suor se desprendem da minha testa e ruborizo – tomber amoureux. Um dia eu já fui tão abertamente honesto assim com você? Ah, que imaginação febril a minha. Sempre lhe disse isso.

Roubo um pouco no jogo e empresto algumas palavras do fabuloso poeta (que droga, eu queria ter escrito isso antes dele) para dizer que eu viveria tudo de novo com você e não conseguiria viver nada sem você.

“Nunca te ausentes de mim para que eu viva em paz, para que eu não sofra mais tanta mágoa assim no mundo sem você”, diz o poeta Buarque em sua canção de amor. “Sem você, sem amor, é tudo sofrimento, pois você é o amor que eu sempre procurei em vão. Você é o que resiste ao desespero e a solidão. Nada existe e o tempo é triste sem você, meu amor”.

Eu te murmuro, eu te suspiro e chamo em silêncio por seu nome buscando colo, lábios, hálito, calor. Nossas palavras são precisas, concisas. Não dizemos “seu”, dizemos “nosso”. Entre nós a guarda sempre está baixada e a confiança, a languidez e a lassidão nos acalentam. Eu não te conto (claro que te conto!), mas ardo de desejo todos os dias por você.

Hoje não haveria de ser diferente.

Para você, meu amor da vida, mais um beijo apaixonado que vale a minha vida toda. Mais uma coisa: obrigada, amor meu, por me dar espaço, por me deixar sermos únicos, dois, e não um só, amalgamados a ponto de não nos reconhecermos sem um ao outro. Obrigada por não deixar que a poeira da banalidade abafe o que há entre a gente de encantamento e magia. Se não fosse exatamente assim, nosso amor não duraria tanto e tanta felicidade sentiríamos. Amo você, monstrinho/monstrinha.

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