Por Wagner Ligabó

Eu desde criança vejo a vontade de o homem buscar vida em outro lugar do universo. A Terra e sua beleza parece pouco para sua ganância de poder conquistador a qualquer custo. Ele é irascível!

Hoje, já velho, consigo entender este inquietante desejo humano e pergunto entre outras: por que querer vida fora do nosso planeta se nós temos tudo aqui? Já vasculharam o universo e não encontraram nada parecido com nosso planeta, mas não adianta. A raça é teimosa!

Fica a questão então: por que gastar fortunas incalculáveis com a caríssima exploração espacial? Pra que tanto investimento em armamento e guerra?

É pra ter mais a conquistar?

É pra estimular mais disputa?

Mais novas guerra?

Alguém se preocupa com as desigualdades na África Negra, Oriente Médio e outros rincões de fome e violência?

Ódio! Confronto! Egos!

Ser dono da razão a qualquer preço é normal?!

Por que tanto pra tão poucos e nada para a total maioria?

Dividir o pão? Jamais! Isto não faz parte do dicionário da oligarquia.

Pra que tudo isso?

Tem hora que fatias da humanidade me causam asco. Pra que, por exemplo, termos uma medicina tão evoluída se se matam pessoas saudáveis com a maior facilidade e sem motivo? Dá pra entender? Nem a lição da pandemia e mortes pela covid-19 mundo afora serviu de alerta! É desolador.

Sinceramente, não dá!

Sou do tempo da Laika , cachorra espacial russa, lançada ao espaço em 1957, e quantas experiências e conquistas vieram depois, desde o pouso do homem na lua até a incessante exploração de planetas de nosso sistema solar, vida em Marte e até os rincões mais infinitos com os telescópios “Hubbles da vida” soltos estratosfera afora. Pra que tudo isso?

Ao invés do homem se preocupar com a solidariedade com ele mesmo aqui no solo que ele pisa, o gene humano parece que induz à competição destrutiva. Nunca se basta com o que se tem. A raça humana é beligerante em sua genética. Algo deu errado.

E pra que arma nuclear? As que dão tiro e soltam fogo já não bastavam para a nossa desgraça? Mas não: quanto maior o sofrimento, mais satisfaz o masoquismo humano.

Vamos devolver a Terra aos dinossauros ou remontar aos primórdios de seu surgimento há 1,7 bilhão de anos com os protozoários. A nossa evolução natural deu errado, desviou da curva lá atrás: deveria só existir sobre a face do planeta as plantas e os animais irracionais, pois são seres vivos que agem pelo instinto da racionalidade em equilíbrio.

A raça humana ter surgido como único ser racional transformou o mundo nesta desgraça que é hoje. O Criador poderia ter prestado mais atenção: se fosse para deixar o “ homo sapiens” destruir, não o deveria ter criado. E ponto final.

Wagner Ligabó é médico do coração