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Jundiaqui

 Com a turma do Refogado: foi um Carnaval que passou… não em branco
16 de março de 2022

Com a turma do Refogado: foi um Carnaval que passou… não em branco

A sexta-feira de Refogado do Sandi não teve desfile no Centro, mas a folia rolou na casa da Rita

Edu Cerioni

Se em 2021 e 2022 não teve desfile na rua, pelo menos este ano a velha-guarda do Refogado do Sandi não deixou a sexta-feira de Carnaval passar em branco. O 25 de fevereiro de 2022 foi de folia na casa de Rita Rodrigues, guardiã do estandarte e a única mulher a ter desfilado em todos os anos do bloco. E que folia, com Wandão e companhia cantando muito samba para um grupo animado e fantasiado. Teve até refogado do Luizão para encher a barriga do pessoal.

Rita fez questão de avisar mais de uma vez que não era festa do Refogado, embora todos ali fossem foliões do bloco nascido em 1994 sob a batuta de Erazê Martinho, que arrastou em seu sonho cerca de 40 pierrôs e colombinas às ruas do Centro e que, em 2018, estima-se, tenha chegado a reunir 40 mil pessoas sob o comando de Gisela Vieira.

Erazê faleceu em 2006 e foi lembrado em diferentes sambas por Wandão e cia. neste 25 de fevereiro último. Gisela agradeceu o convite, mas não foi à festa, temente de aglomeração por conta da pandemia da Covid-19 que insiste em nos rodear. E tinha como não se abraçar, beijar, foliar…?

Rita conta que foi “abençoada com um samba do Erazê e agraciada com o título de rainha”. Ela coleciona uma infinidade de coisas referentes ao bloco. Fez uma pasta com dezenas de e-mails trocados com Erazê, de quem também guarda bilhetinhos e poemas. A pasta é tão especial que mostrou a Erazê e este deu autógrafo na primeira folha. Tem recortes de jornais, troféus e muitas fotos.

“A Rita no Centro do Nosso Coração” foi o samba de 2001, quando os foliões cantaram para a rainha “A Rita levou o Refogado/No Centro pra desfilar/O bloco com rebolado/Alegre sambou…”. “A sensação de estar no meio dos amigos é incrível e o respeito que as pessoas têm comigo de porta-estandarte e todas as rainhas é tocante”, descreve com uma ponta de saudade. E acredita que em 2023 vai ter desfile sim, para todo mundo se jogar outra vez na folia.

O “esquenta” na casa de Rita, que este ano varou a noite e um pouco mais ainda, é famoso no Refogado. Primeiro era em seu apartamento no Centro e depois passou para a Vila Rio Branco. Erazê nunca perdeu um. Começa antes do almoço e vai até perto das 16 horas, quando todos saem fantasiados para o desfile – um detalhe que faltou neste 2022.

E se nunca existiu refogado no Bar Sandi, onde o bloco nasceu (seu nome é referência à dupla Sandra e Diva, donas do bar nos anos 90), na casa da Rita sempre teve, com carne, linguiça, batata, cenoura e vagem, cozidos em um panelão com água e que teve a base primeiro com alho, cebola, óleo e sal. Neste ano, feito pelo Luizão.

Wandão é tradição

Em seus 28 anos de fundação e 27 desfiles, o Refogado sempre teve um samba (ou até rap como em 1998) diferente para apresentar a Jundiaí. A exceção foi em 2007, quando resgatou o “Data de Validade” de 2004 para relembrar Erazê.

Erazê aparece como autor ou coautor em 12 dos sambas. Fez tudo sozinho algumas vezes e outras com diferentes parceiros. Após sua morte, assumiu a responsabilidade Wanderley Pasqualini, o Wandão, outro com 12 sambas assinados.

Além de Erazê e Wandão estão nesse grupo de compositores também Abigail D’Angieri, Bete Romera, Cacilda Romero, Cecília Veby, Cláudia Regina Picelli, Claudinei Duran, Elói Silva, Iliana Mendonça, Jaci Tulipa, José Paes de Oliveira, Ketty Danon, Matheus Silva, Sandrinho do Cavaco, Tom Nando, Walquíria Branca, Zé Danon e eu, Edu Cerioni.

Rita recebeu outras rainhas, princesas e tais em sua casa este ano.  Veja mais fotos:

Fotos: Edu Cerioni

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