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 OSCAR 2022 – “DUNA”: Um espetáculo difícil de assistir
16 de março de 2022

OSCAR 2022 – “DUNA”: Um espetáculo difícil de assistir

Por Sarah Bulhões

É inegável: toda temporada de Oscar temos um filme sci-fi que abocanha os prêmios das categorias mais técnicas. Esse ano temos “DUNA”, adaptado e dirigido pelo talentoso Denis Villeneuve. Mas aqui já deixo minha opinião: ainda prefiro “A chegada”, “Incêndios” e “Os Suspeitos”. 

Talvez por não ser a maior fã de filmes de ficção científica, “DUNA” não tenha me conquistado tanto quanto os outros, mas não nego suas qualidades sonoras e visuais. Entrando no mérito, assistir esse filme em casa e assistir no cinema podem resultar em duas experiências completamente diferentes, afinal, toda grandiosidade do longa funciona melhor em um telão com som de altíssima qualidade. 

Dei o play no filme sem saber muito sobre a história, apenas que era uma adaptação e também um remake da obra de David Lynch (1984), além de uma breve sinopse, que incluo abaixo: 

Paul Atreides (Timothée Chalamet) é um jovem brilhante, dono de um destino além de sua compreensão. Ele deve viajar para o planeta mais perigoso do universo para garantir o futuro de seu povo.

Mas isso certamente não bastou para que minha experiência fosse digna de aplausos. Pelo contrário. Nas duas linhas da sinopse, já é possível ver um futuro distópico e uma épica jornada do herói pela frente, porém, mesmo resgatando os fundamentos mitológicos e os sentimentos primários (que geralmente nos trazem uma catarse maravilhosa), “DUNA” não decola, se arrasta em meio a belíssimas paisagens e uma fotografia deslumbrante. Mas até então, esse é um filme que já vimos: quando o visual é impressionante, o roteiro tem lá os seus problemas. 

No longa de Villeneuve, sempre ficamos na expectativa de uma guerra, de um conflito épico – mas aqui vemos mais drama e conflitos internos do que cenas de ação – ou do tão sonhado encontro entre o herói Paul com a guerreira e “musa” Fremen Chani, interpretada por Zendaya. E permitam-me dizer, esse foi o maior clickbait do cinema atual. Para quem não é familiarizado com a palavra, clickbait é uma tática usada na Internet para capturar o internauta por meio de títulos sensacionalistas. Essa ideia pode se encaixar perfeitamente nas pré-divulgações de “DUNA”, que traziam a imagem de Zendaya quase como uma deusa ou um oráculo, estando sempre presente. Sendo que, no próprio filme, ela aparece por menos de 15 minutos, em cenas tão repetitivas que conseguem nos entediar. 

“DUNA” é um filme que não vai agradar a todos, mas também pode ser o melhor do ano para os que conhecem a fundo a história do longa, com seus personagens, suas tramas e as características dos diversos povos e planetas. É um filme muito específico para um público específico. Salvo a maquiagem fenomenal que foi desenvolvida para o antagonista Vladimir Harkonnen interpretado pelo sueco Stellan Skarsgård. Também é preciso enaltecer a cena em que Timothée Chalamet se encontra com a sábia reveladora da verdade em uma sala fechada, um momento que causa o desconforto que queríamos sentir durante todo o filme. 

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Foto: Divulgação

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