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 Para astrofísica jundiaiense associada à Nasa é precipitado falar de vida em Vênus
26 de setembro de 2020

Para astrofísica jundiaiense associada à Nasa é precipitado falar de vida em Vênus

Anúncio é ‘imprudente’ na opinião de Duília de Mello, vice-reitora da Universidade Católica de Washington

Uma ampla reportagem da “BBC de Londres” traz críticas da astrofísica Duília Fernandes de Mello sobre o anúncio de vida em Vênus. Nascida em Jundiaí e criada no Rio de Janeiro, a pesquisadora junto à Nasa há 18 anos diz que o momento pede cautela.

Em sua avaliação, a responsável pela descoberta da supernova SN1997 (supernovas são as megaexplosões que ocorrem no fim do ciclo de uma estrela) e participante da equipe que identificou as chamadas “bolhas azuis” (aglomerados estrelares detectados pelo famoso telescópio Hubble), o anúncio sobre Vênus é “imprudente”, carece de “confirmação” e pode ser fruto de uma “coincidência”.

“Estamos em uma fase muito complicada da ciência, com as pessoas negando a ciência. Então é preciso ser muito cuidadoso”, aivsa.

Liderada por astrônomos da Universidade de Cardiff, no País de Gales, em parceria com outros cientistas no Reino Unido, nos EUA e no Japão, a pesquisa identificou a presença de moléculas de fosfina em Vênus por meio de ondas de rádio pelo telescópio James Clerk Maxwell, no Havaí. Elas foram confirmadas por um conjunto de 45 das 66 antenas que formam uma espécie de telescópio gigante no importante observatório Alma, que fica no deserto do Atacama, no Chile. “Só que são dois instrumentos completamente diferentes”, aponta a astrofísica brasileira à “BBC”. “Era preciso que fosse feita uma reconfirmação com o próprio Alma. Vênus não vai sair de lá, né?”

QUEM É

A especialista brasileira ressalta a relevância de pesquisas detalhadas sobre Vênus — “um planeta muito parecido com o nosso em tamanho e muito próximo”. E vai além: “Dada a importância de uma substância que tem a ver com vida em outro planeta, achei imprudente terem publicado agora. Eles poderiam ter esperado mais para confirmar o resultado.”

Nascida aqui e criada no subúrbio carioca por uma família com poucos recursos financeiros, Duília se tornou uma das raras representantes da ciência brasileira no Centro de Voos Espaciais Goddard, maior laboratório de pesquisas da Nasa em Washington, capital dos EUA.

Com um currículo que inclui participação, em 2013, na descoberta da então maior galáxia em espiral do Universo, a jundiaiense se tornou uma das poucas astrônomas a conhecerem em detalhes o telescópio Espacial Hubble, da Nasa, um de seus principais meios de pesquisa em colaboração com a agência espacial norte-americana.

“A Universidade Católica de Washington tem um instituto dentro da Nasa que possibilita esta colaboração. Temos 100 funcionários da universidade dentro da Nasa trabalhando full-time”, diz ela, que também coordena o projeto “Mulher das Estrelas”, que desde 2016 oferece mentoria em especialidades como física, matemática e robótica a jovens que sonham em seguir carreiras científicas.

Leia também: Jundiaiense coordena maior biblioteca brasileira no Exterior

DIA DA MULHER / Duília descobriu até estrela

 

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